FÁBIO ZANINI / SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A escolha do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) para coordenar a transição atendeu a vários propósitos para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O principal, segundo aliados, foi o recado de que o ex-governador terá um papel de coordenação no governo, mesmo sem ocupar um ministério. De acordo com um interlocutor do presidente eleito, o futuro vice deve desempenhar missões acertadas com o petista.

Também pesou o espírito conciliador de Alckmin, no que promete ser uma transição difícil. Por fim, a opção evitou a ciumeira de petistas que poderiam reclamar caso fossem preteridos por algum rival interno.

Como uma das primeiras missões, Alckmin participa nesta quinta-feira (3) com o relator do Orçamento de 2023, Marcelo Castro (MDB-PI), na presidência do Senado para discutir como acomodar despesas como o Auxílio Brasil de R$ 600.

Ele conversou nesta terça-feira (1º) com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que, além de parabenizá-lo pela eleição, abriu as portas da presidência da casa que preside para o vice eleito iniciar as discussões sobre o PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual).

Participam do encontro o senador eleito Wellington Dias (PT-PI), que liderará essas discussões orçamentárias pelo comitê de transição, os senadores Paulo Rocha (PT-PA), Jean Paul Prates (PT-RN) e Fabiano Contarato (PT-ES), além de deputados e do coordenador técnico da transição, Aloizio Mercadante.

Para o PSB, o papel de Alckmin no governo traz uma preocupação: a de que o vice, recém-filiado ao partido, seja incluído na cota da legenda no governo, diminuindo o espaço para que quadros mais antigos ocupem ministérios.

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