JÉSSICA MAES / SHARM EL-SHEIKH, EGITO (FOLHAPRESS) – No Egito para participar da COP27, a conferência do clima das Nações Unidas, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai se encontrar nesta terça-feira (15) com o enviado especial do clima dos Estados Unidos, John Kerry. A reunião a portas fechadas deve acontecer no final do dia, no horário local.
Segundo a assessoria de Lula, ele fará também nesta terça reunião com Xie Zhenhua, enviado do clima da China, e falará ao telefone com o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi. Um encontro com Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, também está entre os planos.
A agenda oficial de Lula na conferência começa nesta quarta (16), com um evento ao lado dos governadores da Amazônia, seguido de um pronunciamento na área da ONU. No dia seguinte, ele se encontra com representantes da sociedade civil brasileira e participa do Fórum Internacional dos Povos Indígenas/Fórum dos Povos sobre Mudança Climática.
O presidente eleito chegou ao balneário de Sharm el-Sheikh na noite desta segunda-feira (14; madrugada de terça-feira, 15, no Egito) a bordo de um avião do empresário José Seripieri Junior, fundador da Qualicorp e dono da Qsaúde.
Em meio a expectativas crescentes sobre o que o petista deve apresentar na conferência, organizações socioambientais do Brasil e de fora esperam e também sugerem novos compromissos que ele poderia trazer à COP.
Além promessa feita em campanha de zerar o desmatamento na Amazônia -que provavelmente será reforçado–, alguns anúncios poderiam ser feitos com maior facilidade, sem comprometer a construção do governo. Entre eles está a possibilidade de comunicar que pretende levar a COP para o Brasil em 2025.
A presidência da COP do Clima tem rotatividade regional e volta a ser de um país latino-americano em 2025. A conferência teria acontecido no Brasil em 2019, mas foi cancelada por Bolsonaro ainda em 2018, logo após sua eleição.
Parte das organizações brasileiras também espera ouvir de Lula um compromisso de corrigir a meta climática brasileira no Acordo de Paris, que sofreu uma “pedalada climática” durante o governo Bolsonaro, com uma atualização que, na prática, reduz o compromisso com o clima.
Ainda assim, a grande questão que fervilha nos corredores entre os três pavilhões brasileiros na COP é a do nome que comandará o Ministério do Meio Ambiente do terceiro governo Lula.
Os nomes que são tidos como os mais cotados -das ex-ministras Marina Silva (Rede-SP) e Izabella Teixeira, e do senador Randolfe Rodrigues (Rede)- para ocupante do cargo estão, inclusive, na conferência do clima, o que traz ainda mais eco para a possibilidade de um anúncio.
A presença de Lula na COP27 termina na sexta-feira (18), quando irá para Portugal.
A repórter viajou a Sharm el-Sheikh, no Egito, a convite do Instituto Clima e Sociedade (iCS).
Leia mais: