As tecnologias verdes já disponíveis nas indústrias são capazes de transformar 100% da matéria-prima de macroalgas em ingredientes para cosméticos. Assim, o artigo “Biorrefinaria de Macroalgas para a Indústria Cosmética: Conceito Básico, Tecnologia Verde e Diretrizes de Segurança” publicado na revista Phycology demonstra o potencial das macroalgas serem aplicadas industrialmente.
Leonardo Zambotti Villela, doutor em bioquímica e um dos autores do artigo, disse que o estudo surgiu da ideia de aproximar a relevância das pesquisas científicas com demandas da indústria cosmética. Desta forma, os pesquisadores quiseram estudar uma transição dos resultados de uma pesquisa para a aplicação industrial.
“A indústria só pode aproveitar resultados de toxicidade, atividades biológicas, como efeito anti-idade, antioxidante etc., se foram oriundos de experimentos que sigam estritamente os protocolos de agências como OCDE e Organização Internacional para a Padronização. Nosso trabalho encurta o caminho dessa transição”, explicou.
Compostos bioativos
O artigo ressalta a demanda industrial por produtos de origem natural e, então, destaca as algas marinhas, que possuem compostos bioativos em sua composição. As diversas aplicações dos compostos fazem delas um “recurso natural potencialmente útil para a indústria cosmética”.
A pesquisa aponta a subaproveitação dos recursos de ambientes aquáticos e marinhos. São recursos com compostos de alto potencial, tanto para a alimentação humana e animal quanto para as indústrias cosmética e farmacêutica. “Dentro do grupo de organismos marinhos, existem macroalgas ricas em compostos bioativos que podem ser explorados como ingredientes funcionais”, destaca o artigo.
A exploração das microalgas pode contribuir para que as indústrias do setor cosmético atendam a Agenda 2030 para produção e consumo sustentável. E ainda para a Agenda ESG, muito presente no meio corporativo. Assim, o artigo Biorrefinaria de Macroalgas para a Indústria Cosmética: Conceito Básico, Tecnologia Verde e Diretrizes de Segurança contribui para alinhar pesquisa científica com o consumo verde. O estudo integra o projeto de mestrado de Mariana Hempel pelo programa de pós-graduação em biotecnologia marinha do Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira, da Marinha, e pela Universidade Federal Fluminense (UFF).
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 12 – Consumo e produção responsáveis.
*Com informações da Agência Fapesp
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