Você sabia que existe o Campeonato Mundial de Robótica? A última edição do torneio aconteceu recentemente na Alemanha, na cidade de Wolfenbüttel, e teve como destaque uma equipe formada por 14 alunos do ensino fundamental de uma escola de Goiânia.

Os únicos competidores que representaram o estado de Goiás no RoboWorld 2023, promovido pela FIRA – Federation of International Robot Association – são alunos da Maple Bear, uma escola particular que tem cinco unidades em Goiânia. Entre os dias 17 e 21 de julho, competiram com alunos de colégios públicos e particulares de outras regiões do Brasil e do mundo e voltaram com 10 premiações na bagagem.

“Foi uma experiência muito diferente. Algo que adorei viver, inovador, que vai adicionar muito na minha vida”, disse a estudante do 9º ano, Sophia Azevedo ,14 anos, que esteve no evento ao lado de Mateus Moura de Paula, 14 anos, e assim como a Sophia, está no 9º ano.

“Só caiu a ficha depois de uns dois dias, porque a gente estava muito focado. Nos primeiros dias, a minha equipe já tinha conseguido dois troféus e estávamos em um trabalho contínuo, sem parar pra pensar. Depois, com calma, que vi o tamanho do evento que estava participando com os meus amigos, longe de casa”, disse o aluno.

Prêmios e provas

Os alunos se dividiram em três equipes, sendo uma só de meninas, e conquistaram o primeiro lugar em cinco desafios; o segundo lugar em quatro desafios; além do terceiro lugar em um desafio.

Um dos títulos conquistados no Mundial foi na prova “Missão Impossível United”, em que equipes de nacionalidades diferentes, tinham de construir um robô que fosse capaz de levantar, o mais rápido possível, uma estrutura plástica pesada e resistente.

“A grande maioria dos alunos, focou muito no trabalho para a disputa deste Mundial. Foi até surpreendente a evolução que eles tiveram. Eles tiveram de resolver problemas reais, como montar e colocar um robô pra levantar um peso. Nenhuma prova era lúdica”, destacou professor Victor Macedo, que é engenheiro eletrônico e também dá aulas de robótica.

Com a missão de fazer um robô andar por uma arena e identificar através de um sensor duas garrafas de refrigerantes e leva-las até o centro da própria arena, foi o desafio da prova “Cliff Hanger Missão 4”. A equipe goiana formada apenas por meninas, levou a melhor quando conseguiu fazer com que o robô cumprisse a missão em apenas 32 segundos, um recorde que garantiu o título, que também viria no desafio Hardware U14, em que um robô teria de ultrapassar o maior abismo possível. A equipe goiana conseguiu superar a maior distância, de 19 cm.

“A robótica exige muita lógica da nossa parte e sempre temos que prestar atenção. Tenho vivido tanto a robótica, que acabo utilizando nas atividades diárias”, disse a Sophia. Da mesma forma, o Matheus ressaltou como a robótica o ajuda com as tarefas diárias.

“Depois que comecei a fazer a robótica, o meu raciocínio melhorou. Consigo me organizar melhor nas minhas tarefas”, completou.

Metodologia

Esta foi segunda vez que a escola Maple Bear Goiânia traz medalhas do RoboWorld Cup. A intenção é seguir estimulando os alunos, afinal no ano que vem a competição será em São Luiz, no Maranhão.

“Todos os alunos do 6º anos fazem aula de robótica de forma obrigatória. No horário de aula, mesmo. É o que a gente chama de enriquecimento curricular. Depois desse ano, fica restrita aos alunos que realmente se identificam com a matéria. Participar de um campeonato como esse é muito gratificante, porque conseguimos ver todos os princípios da nossa escola fazendo muito sentido, afinal a robótica requer trabalho em equipe, ter a mente aberta para resolver problemas, porque todos os desafios ali colocados são incialmente um problema”, ressaltou Sabrina Oliveira, diretora geral da escola Maple Bear.

Sobre a maneira como ajuda os alunos na melhor compreensão da robótica e desenvolvimento dos projetos, o professor Victor explicou que “zerou” o aprendizado dos jovens na escola, colocando todos no mesmo patamar de aprendizagem, passando uma nova linguagem de programação.

“Antes, alguns alunos se sentiam intimidados, porque uns sabiam mais do que os outros sobre programação. Então decidimos começar tudo de novo, mas com uma nova linguagem. Assim, passamos a mostrar para os alunos, que tudo parte da organização, que a programação é como uma redação. Não para o robô chegar e fazer, mas pra uma outra pessoa ler, entender e passar os comandos para o robô executar”, explicou o professor Victor, que agora prepara os alunos para um novo campeonato, o FLL – First Lego League – programado para acontecer ainda em 2023, onde os participantes encaram os desafios utilizando o tradicional brinquedo.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 04 – Educação de Qualidade.

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