Com lágrimas nos olhos, a auxiliar de serviços gerais Simone Lemos emocionou os participantes da cerimônia de integração do Programa Jovem Trabalhador ao dizer que esta é a oportunidade que a filha Thaís tem para ter um futuro melhor. O evento aconteceu no Centro de Convivência da Pessoa Idosa em Paraíso do Tocantins e contou com a participação dos jovens do Programa, familiares e representantes das secretarias municipais onde os jovens irão trabalhar.
“Eu já fui jovem, não foi fácil para mim. A gente que vem de baixo, a primeira oportunidade é de babá, de empregada doméstica. Hoje eu sou faxineira e terminei o curso técnico de enfermagem. Eu falo pra ela: não tenha vergonha de onde você vem, não tem vergonha da sua mãe. O que eu passei, eu não quero pra minha filha, então temos que ser muito gratas por essa oportunidade”, afirmou Simone.
Thaís Lemos é uma das 14 jovens que concluíram o módulo Integração e passam a atuar como auxiliar administrativo nos órgãos públicos em Paraíso. O Programa Jovem Trabalhador é uma iniciativa do Governo do Tocantins, por meio da Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento Social (Setas) em parceria com a Rede Nacional de Aprendizagem, Promoção Social e Integração (Renapsi). Em Paraíso do Tocantins, a Prefeitura também é parceira do Programa.
Parceria
A secretária municipal de Assistência Social e Habitação, Hilma Mascarenhas, falou sobre a importância da parceria e como enxerga o potencial do Programa Jovem Trabalhador em fazer a diferença na vida dos jovens paraisenses.
“Nós recebemos com muita alegria essa parceria. É uma oportunidade ímpar, é um projeto lindo. Vai não só colaborar com o nosso trabalho, mas eles vão ser beneficiados porque vão se tornar grandes profissionais. Eu tenho certeza disso. Às vezes a gente pensa que as pessoas não fazem porque não querem, e essa não é a verdade. A verdade é que eles buscam oportunidade quando tem oportunidades. Eles abraçam e abraçam mesmo e dá muito certo”, afirmou.
Oportunidade
Aos 18 anos, Niege Silva vive a expectativa da primeira oportunidade no mercado de trabalho. Ela relata que, apesar de ter encontrado vagas de emprego na cidade, a maioria exigia uma experiência prévia, por isso o seu perfil não era adequado.
“Eu acho que falta muita oportunidade, porque eles não dão oportunidades para pessoas que não têm experiência. São sempre vagas pra pessoas que já trabalharam e a maioria dos jovens hoje em dia não ainda não teve essa oportunidade. Com esse Programa, a gente vai ser inserido no mercado, começar a trabalhar e acho que vai abrir outras oportunidades lá na frente também”, avaliou.
Niege afirma que os dez dias iniciais de curso do módulo Integração foram essenciais para adquirir novos conhecimentos e se preparar para o início das atividades laborais. A jovem afirma, no entanto, que vive um misto de sentimentos de expectativa e medo em relação à nova fase da sua vida.
“Eu nunca trabalhei, então eu tenho medo disso. Mas eu estou bastante confiante que vai dar tudo certo”, afirmou.
Questionada como espera estar em seis meses, Niege é categórica ao afirmar que as expectativas são as melhores possíveis: “Espero que o medo tenha passado e que eu contribua com a minha função e o meu ambiente de trabalho”.
Leia mais:
- Comitiva europeia faz visita institucional em Goiânia para troca de experiências de desenvolvimento econômico e sustentabilidade
- Trabalhando desde os 14 na informalidade, jovem assina carteira pela primeira vez com o Programa Jovem Trabalhador
- Relatório conta como cidades brasileiras estão construindo um futuro melhor
Programa Jovem Trabalhador
Quase 700 jovens em 104 municípios tocantinenses já foram contratados pelo Programa Jovem Trabalhador. Para se candidatar a uma vaga, o jovem deve acessar o site jovemtrabalhadorto.org.br e preencher os dados.
Os critérios de participação no programa são: possuir renda familiar de até dois salários mínimos nacional ou meio salário mínimo per capita, ou inscrição no CadÚnico; estar cursando o ensino fundamental ou médio (ou já ter concluído o ensino médio) e ser ou ter sido estudante da rede pública ou bolsista 100% de rede particular.
Além das cotas para PCD (5% a 10%) e para o socioeducativo (5%) haverá prioridade na contratação de jovens indígenas, ribeirinhos e quilombolas.
