Não apenas discursos políticos marcaram a convenção do diretório metropolitano do Partido da República (PR) na noite desta quarta-feira (04), em Goiânia. O evento, que confirmou a candidatura do deputado federal delegado Waldir à prefeitura da Capital, teve ainda a presença da mãe do jovem Bruno Gonzaga.

Bruno foi morto aos 20 anos, no início do mês, atropelado por um carro oficial da prefeitura de Goiânia em que estava o vereador Paulo Borges (PR), que é candidato à reeleição. A mãe do jovem subiu à mesa vestindo uma camiseta com a foto do filho e gritou: “Justiça pelo Bruno”, repetidas vezes. Um grupo também levou uma faixa pedindo o mesmo.

A manifestação não foi vaiada nem aplaudida pelos cerca de 300 militantes partidários que participavam da convenção, no auditório da Assembleia Legislativa, mas o protesto de fato deixou o vereador constrangido. Antes do início do rápido ato, o parlamentar saiu do auditório e só retornou quando os amigos e familiares e Bruno haviam ido embora.

Antes de clamar por justiça no palco do auditório, a mãe de Bruno cumprimentou e abraçou Waldir Soares. Ela ainda entregou a ele uma série de documentos com detalhes sobre a investigação da morte do filho.

CONVENÇÃO ABRAÇOEntenda o caso

O acidente que causou a morte de Bruno Gonzaga aconteceu no dia 09 de julho, próximo ao Parque Areião. O motociclista se chocou contra o carro dirigido por Carlos Roberto Barbosa, diretor da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, órgão que já foi comandado por Paulo Borges.

O motorista fez uma manobra proibida e cruzou a via se colocando na frente de Bruno, que não conseguiu evitar a colisão. Também estavam no carro o vereador e um assessor, que não teriam prestado socorro, segundo a família da vítima.

O prefeito de Goiânia Paulo Garcia (PT) afirmou no último dia 15, em entrevista à Rádio 730, que será rígida a sindicância instaurada para apurar as circunstâncias que levaram ao envolvimento de um carro oficial no acidente.

 “Se trata de um fato extremamente grave porque nós perdemos a vida de um jovem. O fato de um vereador estar no carro que pertence à administração nesse acidente, é motivo de uma sindicância coordenada pela nossa coordenadoria que avaliará o caso com toda a atenção.”

A sindicância da prefeitura tem um prazo de 60 dias para terminar a apuração.  Paulo Garcia também classificou como rigorosa a fiscalização acerca do uso dos carros da prefeitura.