O prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela (PMDB) reforçou nesta quarta-feira (14) que vai mesmo encerrar a carreira política no próximo dia 31 de dezembro, último dia do mandato à frente do município. No dia 1º de janeiro, assume o também peemedebista e atual presidente da Câmara Municipal, Gustavo Mendanha.

Em entrevista exclusiva nos estúdios da Rádio 730, Maguito avalia de forma positiva a gestão dos últimos oito anos na segunda maior cidade do estado, diz que teve “as rédeas nas mãos” e que entregará as contas em dia para o seu sucessor.

Ouça a entrevista na íntegra: {mp3}Podcasts/2016/dezembro/14/maguitoentrevista{/mp3}

“Estou muito tranquilo porque nós pudemos fazer o que era possível fazer e sem sacrificar a cidade e a população. Estamos entregando uma cidade redonda, organizada, que está com tudo em dia. O 13º será pago hoje (14). Novembro já foi pago e dezembro será pago. Os fornecedores, empreiteiros e obras estão pagas. O Gustavo vai poder, já no dia 1º de janeiro, anunciar obras da ordem de serviço e a cidade vai continuar normal”, garante Maguito.

Aposentadoria

Sobre não disputar mais cargos públicos, Maguito, que já foi vice-presidente do Banco do Brasil, vereador, deputado federal, senador, governador e vice em Goiás, disse que o momento é de dar oportunidades para os mais jovens.

“Não desejo mais disputar eleições. Já participei de todas as eleições do Brasil, menos a de presidente da República, mas todas as outras eu já disputei. Acho que a gente tem que abrir espaço para os mais novos, para os idealistas que querem também trabalhar em favor do Estado”, afirma.

Crise política

O prefeito criticou o momento pelo qual passa a política no país. Na opinião de Maguito Vilela, o cargo de prefeito, especificamente, é repleto de desafios e também de problemas, e que um gestor municipal responde por erros que não são cometidos por ele.

“A política no Brasil não é muito clara, não é transparente como a gente gostaria que fosse. Você hoje se fica nas mãos de todo mundo. Qualquer gestor hoje está nas mãos do Ministério Público, do TRE, dos tribunais todos, do poder judiciário. Quer dizer, você não sabe os seus limites políticos. Você tem um secretário que às vezes erra em uma despesa e você é que responde, que paga, que perde o mandato, enfim. O financiamento de campanha você não sabe se é privado, se é público ou misto. Ninguém tem noção das coisas hoje na vida pública. Acho que se o país clarificasse facilitaria muito para aqueles que gostam da vida pública. Honestamente não vale a pena. Hoje, se você se candidata a prefeito, você é candidato a réu”, desabafa.

Futura gestão

Apesar das críticas, Maguito deixou claro que Gustavo Mendanha não está “entrando numa fria”, e reiterou que, além de problemas, o futuro gestor deve também organizar uma reforma para superar o momento de crise.

“Não que ele esteja entrando numa fria, mas é lógico que ele vai ter dificuldades, vai ter que acompanhar dia e noite a administração e a gestão, e ainda vai enfrentar problemas. Não pense que não, porque vai. Acho que todo gestor, tanto a nível municipal, estadual e federal, tem que adequar, principalmente em um momento de crise, senão não consegue governar”, recomendou.

PSDB e PMDB em Goiás

Maguito afirma que apoia alianças e coligações entre os partidos, e que não é possível governar sem aliados políticos.

“Essas aproximações sempre existiram, isso não é novidade para ninguém. PMDB já foi aliado do PSDB e vice-versa, o PMDB já foi aliado do PT e vice-versa e amanhã pode voltar a ser aliado de um dos dois ou de outros partidos. Coligação mesmo, precisa fazer alianças. Acho que não se pode discriminar partido nenhum na democracia, tem é que fortalecer. Hoje nenhum gestor governa sem alianças com outros partidos”, pondera.

Trabalho

Advogado de ofício, Maguito afirmou que vai abrir mão da aposentadoria de R$ 4,4 mil pelo INSS, e que vai se atualizar para se dedicar à advocacia e a produção de leite, atividade de família que realiza há 40 anos.

“Vou advogar, vou trabalhar na minha profissão. Comecei como advogado, advoguei por dez anos, depois fui para a vida pública. Vou me atualizar agora e vou advogar. Inclusive estes processos que eu tenho que responder no tribunal e no MP”, ressalta.