45° Boletim da Rede de Pesquisa Solidária em conjunto com a Fundação José Luiz Egydio Setúbal concluiu que a imunização é parte integral dos cuidados com a saúde de crianças e adolescentes. O estudo mostrou que 83,26% dos pais buscaram a vacinação completa de seus filhos em 2023.

Gráfico que aponta a proporção de pais que vacinaram os filhos (Imagem: Rede Pesquisa Solidária)

A pesquisa ocorreu entre 19 de julho e 3 de agosto deste ano em todas as regiões do país. Os pesquisadores ouviram 2.129 pessoas e elaboraram o estudo cujo tema: O que pensam os brasileiros sobre a vacinação de crianças em 2023.

O resultado da pesquisa mostrou que 98% dos pais com filhos menores ou iguais a 14 anos são a favor da vacinação completa das crianças. Professora da USP, Lorena Barberia afirmou que a imunização infantil foi politizada durante a pandemia. Portanto, a instituição realizou o levantamento para compreender como o problema se instalou num país que possui um programa nacional de vacinação consolidado. 

Diálogo

Os pais preocupam-se com a saúde dos filhos, mas a pesquisadora apontou que a questão é mais complexa que a disposição dos responsáveis pela vacinação. Por isso, o boletim atualiza o contexto para a queda da vacinação no país.

“Precisamos dialogar com os pais sobre a decisão de vacinar suas crianças, para enfatizar a confiança nas vacinas e a complacência. Existem riscos graves e por isso damos as vacinas”, explicou Lorena Barberia.

Segundo a docente, a gravidade das doenças é o principal fator que influencia na decisão dos pais. A meningite, por exemplo, é uma doença perigosa e a taxa de vacinação é elevada. Outro fator que influencia os pais é a disponibilidade deles para levar os filhos para vacinar.

Imunização nas escolas

Nesse sentido, a pesquisadora apontou a necessidade de políticas públicas que melhorem esse cenário. Uma das opções mais citadas em relação às crianças é a imunização nas escolas. 

Lorena Barberia destacou que alguns municípios exigem a carteira de vacinação no ato da matrícula e pontuou que o boletim mostra que mais de 80% dos pais entrevistados concordam com a imunização no ambiente escolar.

“O que está faltando para a vacina chegar é uma questão mais prática e as escolas precisam ser um lugar onde se pensa na saúde das crianças”, argumentou.

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