Um estudo britânico mostra que o mapeamento da retina pode indicar precocemente o risco de Alzheimer. Segundo Mario Luiz Ribeiro Monteiro, do Departamento de Oftalmologia da Faculdade de Medicina da USP, os pesquisadores utilizam fotos da retina para identificar uma proteína que indica a demência.

O Alzheimer é um tipo de demência silenciosa geralmente diagnosticada em estado avançado e que não tem cura. Pesquisadores de todo o mundo estudam meios de identificá-la precocemente para auxiliar os cuidados paliativos já existentes. Então, o estudo britânico mostra-se promissor nesse sentido. 

Monteiro comentou os dados da pesquisa. A imagem dos olhos forma-se na retina e transportada pelo nervo óptico. Então, ela passa por estrutura na cabeça até chegar ao cérebro. Portanto, os pesquisadores já sabiam que a doença neurológica tinha algum tipo de impacto na visão.

“Sensibilidade ao contraste, à percepção de cores, à percepção de movimento ou dificuldade de interpretar imagens”, explicou o professor. A novidade do estudo é a descoberta do impacto do Alzheimer no percurso da imagem.

Diagnóstico precoce

É essa descoberta que auxilia no diagnóstico precoce, pois as fotos da retina podem ajudar a identificar a demência em estágio inicial. A análise do olho simultânea a do cérebro permite “procurar um achado que seja específico da doença e que possa ser um indício da doença precocemente”, avaliou Monteiro.

A proteína beta-amiloide é conhecida como uma das características de casos de Alzheimer, porque elas são placas beta-amiloides que ocorrem na retina.

As pesquisas de diagnóstico precoce do Alzheimer pelos olhos estão em andamento em várias partes do mundo, inclusive na Faculdade de Medicina da USP. A universidade brasileira utiliza fotos de retina com a técnica hiperespectral para avaliar a presença de indicadores de demência.

Na USP, os pesquisadores associam as imagens à inteligência artificial para traçar padrões de identificação. “O diferencial desse estudo é que os pacientes são catalogados por terem alteração no PET Scan (tomografia por emissão de positrões) ou não, então, os pacientes eram separados por quem tem a proteína beta-amiloide e aqueles que não têm”, contou.

*Com Jornal da USP

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 03 – Saúde e Bem-Estar.

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