Mesmo em crise técnica – na lanterna do Brasileirão com apenas 11 pontos – o Goiás Esporte clube já começa a ser palco de articulações políticas, afinal ao fim desta temporada tem eleição para a presidência executiva. Dois nomes surgem com muita força para a próxima gestão, como o do conselheiro Paulo Rogério Pinheiro – filho de Hailé Pinheiro, presidente do conselho deliberativo do clube – de Adriano Oliveira, atualmente vice de patrimônio de Marcelo Almeida.

Em um contato via aplicativo de mensagens, o presidente executivo do clube, Marcelo Almeida, foi questionado pelo repórter da Sagres 730, André Rodrigues, sobre o processo eleitoral, e ainda se ficou decepcionado com a saída de Dyogo Crosara, um dos seus vices atualmente, que pediu afastamento para cuidar de assuntos profissionais.

Você vai apoiar na eleição quem o Hailé Pinheiro lançar?

“A princípio, não tenho como te falar se vou apoiar “A, B ou C” porque nós não temos os nomes, de fato, lançados, pra eleição. A gente apenas tem especulação de nomes”.

Como você vê o nome de Adriano Oliveira?

Mas vamos lá: Adriano (Oliveira). Tenho apenas uma relação superficial com o Adriano, uma pessoa boníssima, o conheço do Goiás há muito tempo. Ele foi vice – presidente do Sérgio Rassi e se não me engano do João Bosco (Luz) também. Na minha gestão também é vice de patrimônio. O que sei do Adriano é que é um excelente administrador, mas não conheço o Adriano, de fato, dentro do futebol. E é exatamente isso que quero que se repense no Goiás, porque no Goiás tá precisando de pessoas que entendem do Goiás. Então você vai me permitir voltar um pouco no tempo e falar da minha pessoa. Estou no Goiás desde 1996, estive muito próximo das quatro linhas atuando como médico, atuando por vários e vários anos, assumi posteriormente a diretoria do departamento médico, mas confesso que isso não me fez, apesar da proximidade que tinha do futebol, conhecer profundamente o Goiás do ponto de vista administrativo. Isso é impossível. Então é exatamente essa crítica que faço. O Goiás, virou uma instituição muito grande e a questão da gestão do Goiás tem que sofrer uma mudança muito radical. Faço críticas a minha gestão, porque, hoje, entendo que um presidente do porte do Goiás tem que morar lá dentro, não igual a mim, que vou lá meio período. Viu que dispersei minha pergunta? De modo algum estou falando do Adriano, e sim que devemos repensar o modo de gerenciar do Goiás. Ficar ali, simplesmente pra falar que é presidente, isso já era, já passou. A crítica que faço a mim, talvez seja porque esse modelo de gestão esteja ultrapassado. Então você me fez a pergunta se eu apoio o Adriano… lógico que o apoio, pois lá fora é um baita de um administrador, agora, o futebol é diferente e isso, às vezes só enxerga e aprende quando chega lá dentro. Não é fácil. As cifras do futebol elas são diferentes. Dois mais dois no futebol não é quatro. Infelizmente.

Paulo Rogério Pinheiro?

“O Paulo Rogério (Pinheiro) tem uma ligação umbilical com o Goiás. É filho do seu Hailé (Pinheiro), que está lá há mais de 50 anos. Imagino que na casa do Paulo Rogério, ele devia ouvir Goiás de manhã, a tarde e à noite, vindo do seu Hailé que viveu a essência do clube por anos e anos, mas isso quer dizer que o Paulo Rogério esteja preparado para assumir o Goiás? Não sei. Ultimamente, o próprio Paulo Rogério me falou que esteve afastado do clube. Então é complicado. É uma resposta complexa. Você me perguntou se vou apoia-lo, porque obviamente você quer saber se vou apoiar oposição. Que oposição? Não existe nome de oposição. Não apareceu ninguém. Agora, tenho que defender sim, que no Goiás, hoje, existem muitos nomes bons, que podem assumir a presidência do clube. A crítica que faço, é que o clube, em vez de falta de união, está precisando de união. A falta de união vai enfraquecer o clube. Crítico o embate político no momento como esse, onde o Goiás está precisando é dos dirigentes juntos, do que dispersos. O embate político é interessante, porque demonstra a democracia, mas será que o Goiás está maduro para esse tipo de embate? Goiás deve ser repensado politicamente, administrativamente e futebolisticamente”.

Ficou decepcionado com a saída do Dyogo Crosara?

“Confesso que nem me ligou pra falar que iria tomar essa decisão. Então desconheço o motivo principal. Crosara é um advogado muito renomado, que lida com questões políticas – partidárias, e como nós estamos em pleito eleitoral para prefeituras de todo o estado, o que ouvi dizer é que estaria muito atarefado, porque estaria tomando conta, juridicamente, de vários candidatos a prefeito e pediu um afastamento de 60 dias. Se fiquei decepcionado com ele? Em hipótese alguma. Mais uma vez eu digo: o Goiás não pode ser visto como um brinquedinho, então o Crosara certamente viu, que as atividades profissionais são mais importantes do Goiás e até acredito, pois isso é a essência da vida dele. Decepção? De forma alguma. Nesse aspecto não me decepcionou, simplesmente seguiu os passos da vida dele”.