(Imagem: Portal 730)

O último discurso de Marconi Perillo (PSDB) como governador na abertura dos trabalhos na Assembleia Legislativa deu o tom das eleições deste ano. Enfático e fora do que chamou de “politicamente correto”, o tucano rebateu as críticas feitas aos seus mandatos e disse que “com discursos atrasados e raivosos a oposição não chegará ao poder”.

O discurso pode ser considerado como o início da campanha para o governo do Estado, visando à sucessão de Marconi, que não pode mais disputar a reeleição. O caráter de campanha foi dado tanto pela “defesa do legado” do tucano quanto pelas acusações feitas pelo deputado José Nelto (MDB), que é do mesmo partido do pré-candidato Daniel Vilela e ligado ao senador Ronaldo Caiado (DEM).

Marconi fez questão de ir à Assembleia na quinta-feira (15), para  prestar contas de ações realizadas durante seus quatro mandatos. Da tribuna, ele afirmou que estava aproveitando a oportunidade para “rasgar o oportunismo e a hipocrisia”.

“Eu quero apreveitar essa oportunidade, para nessa despedida usar um discurso que não será politicamente correto. Minhas armas e gestos sempre se guiaram pelo compromisso com a pacificação política e social de Goiás. Mas hoje eu vou rasgar aqui o oportunismo e a hiprocrisia, que sempre foram marcas do deputado José Nelto”.

A fala foi direcionada ao deputado José Nelto, o primeiro a discursar na sessão como líder da oposição na Assembleia, e que fez ataques tanto ao governo quanto à figura do próprio governador em um pronunciamento que durou pouco mais de meia hora.

O parlamentar começou afirmando que “o poder é político, mas a autoridade é moral”, relatando que “o governo de Goiás, depois de 20 anos no poder, não se preocupa mais com a autoridade” e que o “governador queimou seu capital moral”. O governador respondeu diretamente ao deputado.

“Das tantas vezes que o senhor foi a minha casa como deputado de oposição, escondido, deputado José Nelto, eu devo um favor ao senhor pelo menos. O senhor foi até a minha casa para dizer que o ex-presidente Lula e o ex-governador Alcides Rodrigues estavam montando um dossiê falso para tentar destruir-me politicamente. Vim aqui para defender o meu legado, minha honra, meu trabalho, a luta que fiz pelo estado de Goiás”. 

Do repórter Rubens Salomão