A ministra do Meio Ambiente e Mudanças do Clima, Marina Silva, avalia que a ideia brasileira de criar um fundo bilionário para financiar a conservação de florestas tropicais ganha força pelo mundo. A intenção é que a verba tenha origem em recursos de fundos soberanos de países ricos. O Mecanismo de Financiamento das Florestas Tropicais (TFFF, na sigla em inglês) é ideia da ministra ainda na COP28, no fim de 2023, em Dubai. Na ocasião, houve projeção para potencial de captação de US$ 250 bilhões. “Esperamos que na COP30 o fundo esteja ativo. Aí é um trabalho do tamanho do mundo”, afirmou.
“O Brasil lidera essa iniciativa [do fundo] em parceria com outros países, Indonésia, Malásia, República Democrática do Congo, os oito países amazônicos todos, a partir da cúpula da Amazônia, e também Congo, Brasília. E estamos em diálogo com a Alemanha, com a com o Reino Unido e também com o Banco Mundial para viabilizar um pagamento por proteção de floresta”, afirmou Marina sobre a conservação de florestas.
“Geralmente você tem recursos para financiar a redução na destruição de floresta. Mas quem tem floresta não recebe nenhuma vantagem por ter floresta preservada. Então esse fundo seria para pagar algo em torno de US$ 20 a US$ 30 dólares por cada hectare de floresta preservada para os 80 países detentores de florestas tropicais que, digamos assim, cumpram com um determinado programa, compromisso para poder acessar esses recursos”, disse.
Conservação de florestas
Marina ainda comentou que essa iniciativa de proteção de floresta, por meio do fundo TFF, terá discussão no âmbito do encontro de ministro de finanças e presidentes de banco centrais do G20. O evento vai até esta sexta-feira (26), no Rio de Janeiro.
“Super-ricos”
Assim como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Marina defendeu a importância de se discutir taxação dos “super-ricos”, inclusive para financiar a conservação de florestas. A ministra defendeu que o tema pudesse ser abordado no âmbito do G20. “No caso do G20, ele é apenas um espaço onde você tem ali uma articulação política, declarações mais de natureza política, enunciados, mas isso não significa, digamos assim, um acordo que gere obrigações. É um espaço de alavancar temas e é um espaço de fazer aterrissar temas. Alavanca quando alguém tem a coragem de propor taxação de super-ricos dentro de uma articulação das 20 maiores economias do mundo”, pontuou.
Agenda
A ministra deu as declarações após participar do evento “COP28-G20 Brasil Finance Track: Tornando o financiamento sustentável disponível e acessível”. O encontro tem promoção pelos Emirados Árabes, em hotel na zona sul no Rio. O evento é paralelo às reuniões que ocorrem esta semana na capital fluminense relacionadas ao G20.
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*Este conteúdo segue os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 12 – Consumo e Produção Responsáveis; ODS 13 – Ação Global Contra a Mudanças Climática; e ODS 16 – Paz, Justiça e Instituições Fortes.