Comentarista dos canais ESPN e do Sistema Globo de Rádio, Mário Marra foi mais um entrevistado especial no programa K é Nacional desta semana. Mineiro com parentes próximos de Goiás, o jornalista mostrou bastante conhecimento sobre o futebol goiano e, entre lamentos pela ausência do Vila Nova na Série A, chamou atenção para a situação dos clubes da capital no Campeonato Brasileiro.

Nono colocado na primeira divisão, para muitos o início do Goiás foi inesperado, com cinco vitórias em dez partidas. “É uma surpresa. Com todo o respeito que o Goiás merece, e eu o tenho como um clube de Série A, a gente sabe que quando um time volta, a questão é ficar. E o torcedor está cansado de saber, porque, por exemplo, agora observa o Coritiba, o Vitória e a Ponte Preta. São clubes que também são de Série A, mas chega um tempo que já não volta com tanta frequência. O Goiás passou por isso recentemente”, destaca.

Outro ponto para o time esmeraldino, que até a pausa para Copa América chegou a ficar na zona de classificação para a Libertadores, é poder brigar mais em cima e não contra o rebaixamento, como o imaginado. Marra ressalta que “o campeonato está no início e falta muita coisa, mas a melhor coisa é ficar na parte alta da tabela. Gosto da ideia, acho que tem coisas boas que podem acontecer, mas, na minha visão, manutenção. Fica na Série A e depois a gente pode conversar de novo por um sonho maior”.

O experiente Rafael Moura, de 36 anos e que teve passagem de destaque em Goiânia nove anos atrás, foi a mais recente contratação do Goiás. O comentarista lembrou a fase ruim do atacante no ano passado pelo América Mineiro, quando “deixou muito a desejar. Na anterior, era reserva do Fred e entrava de vez em quando. Jogou bem no Atlético por um tempo, mas no América não gostei. Acho, inclusive, que complicou em algumas situações. Mas é bom jogador, tem boa presença de área e entendo pela identificação”.

Mario Marra na ESPN Brasil

Mário Marra, que já trabalhou e acompanhou jogos do Atlético Mineiro contra o Vila Nova, como por exemplo na Copa do Brasil, quando o atacante Bé foi destaque, lamenta a situação do clube colorado e a falta de consistência do Atlético. “Eu fico olhando para o Vila, que chegou perto no ano passado, e não era para ser assim. Era para ter um outro time disputando a Série A com frequência. Eu sei que o Atlético fez isso, mas entrou naquela de bater e voltar. De novo tem possibilidade de voltar, mas poderia ficar”, analisa.

“Hoje, fora de Goiás, em São Paulo, Rio, Minas e Rio Grande do Sul, a gente olha e vê o Goiás. Isso é imediato. Quem é mais velho e entende um pouco mais da história consegue ver o Vila perto do Goiás. Mas a história recente tem mostrado o Atlético pegando um atalho. Era para o Vila, e até meio que batendo e voltando, estar fazendo isso, mas quem está fazendo é o Atlético. Isso é uma perda de status. O Vila precisa dar um salto, um salto consistente. Tem que fazer mais, subir para a Série A e ficar”, frisa o jornalista.

Neymar

Também houve espaço para analisar o impasse de Neymar com o Paris Saint-Germain. Depois de se apresentar atrasado na pré-temporada do clube francês, o brasileiro finalmente integrou o grupo na última semana, porém não deixou de ser destaque nos principais jornais e canais esportivos da Europa, associado com clubes como Barcelona, Real Madrid e Juventus. De qualquer forma, nada parece próximo de um desfecho.

“Eu lamento. Gosto dele, acho um jogador espetacular. Esse é o tipo de cara que mantém o futebol no imaginário da criança e temos que olhar com bons olhos. Só quem não olha com bons olhos é ele mesmo e, na minha visão, o pai dele na administração da carreira. Não gosto dessa queda de braço com o clube. Você pode me chamar de velho, piegas, antigo, romântico, mas o clube foi lá e contratou. Pagou caro, tinha um projeto e ele aceitou”, comenta Marra.

“A gente que ama o futebol sabe o que é para um criança nas categorias de base do Goiás, do Vila e do Atlético que o sonho dela é chegar no profissional. O cara está no profissional, é titular da Seleção brasileira e do Paris Saint-Germain e não aparece para trabalhar porque está fazendo queda de braço com o clube? Não dá para passar a mão na cabeça. Não gosto disso, acho que precisa ser profissional e honrar o compromisso. Ele precisa tomar uma decisão de adulto, e quem toma conta da carreira também”, finaliza.