O açougueiro Marcos Vinícius Pereira Xavier, o Marquinhos, que havia assumido a autoria do assassinato do comentarista esportivo Valério Luiz na última sexta-feira (1) mudou a sua versão em novo depoimento à Polícia Civil na manhã desta terça-feira. Ele afirmou durante o interrogatório que teve participação no crime, mas que não foi ele que matou o radialista. Na nova versão, a execução teria sido feita pelo cabo da Policia Militar Ademá Figueiredo.

Marquinhos cita que o sargento Da Silva pediu que ele cedesse a moto, o capacete e a arma para o crime, mas a arma ele não conseguiu. Então, Da Silva teria dito que arrumaria o revólver 357 para a execução. No dia do assassinato, Figueiredo passou no açougue para pegar o material.

A delegada Adriana Ribeiro afirma que a nova versão ficou mais condizente com os fatos. “No primeiro (depoimento) que nós fizemos, a gente achou que não bateu, porque na hora que ele teria matado o Valério, ele teria fugido pelo lado esquerdo, mas o assassino fugiu pela rua à direita. Com esse depoimento dele fica mais condizente e mais harmonioso,” relata.

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Após o novo depoimento, Adriana diz que o caso passa a ter mais um suspeito, o cabo Figueiredo, mas que Marquinhos segue como um dos envolvidos, pois admitiu ceder a moto e o capacete e também ter recebido R$ 9 mil pela participação. A delegada fala que Marquinhos mentiu no primeiro depoimento por medo e não descarta a participação de mais pessoas.

O policial apontado por Marquinhos como o autor do crime está preso no Batalhão Anhanguera, acusado de participação em uma chacina no Jardim Olímpico, em Aparecida de Goiânia. O cabo Figueiredo deve ser ouvindo nesta quinta-feira (8).

Mesmo sem citar nenhum nome, Marquinhos falou em entrevista coletiva. “Estou colaborando 100% com as investigações. Tudo que eu sabia eu já falei. Eu já confirmei que participei do crime, mas não atirei no Valério Luiz,” garantiu.

Na tarde de quinta-feira, o sargento da PM, Da Silva, é quem está prestará depoimento na Delegacia de Investigação de Homicídios. Ele é acusado de atrapalhar as investigações da Polícia Civil. Porém, a delegada responsável pelo caso, Adriana Ribeiro, afirmou que falará sobre o caso somente em uma coletiva de imprensa, na manhã de quinta.

Crime
O radialista Valério Luiz foi morto no dia 5 de julho do ano passado, na porta da Rádio 820 AM, onde trabalhava. O motoqueiro se aproximou do carro conduzido pelo cronista e disparou seis vezes contra ele. A Polícia Civil acredita que a morte do radialista tem ligação com o desempenho de sua função.

Além do açougueiro Marquinhos e do sargento Da Silva, outras duas pessoas estão presas suspeitas de envolvimento no crime – o caminhoneiro Urbano de Carvalho e o cartorário Maurício Sampaio.