Um surto de coronavírus no navio de guerra americano USS Theodore Roosevelt, fez com que o Centros de Controle e Prevenção de Doença dos Estados Unidos (CDC), desenvolvesse um estudo sobre o uso da máscara facial. O resultado foi que apenas 55,8% das pessoas que usavam máscara regularmente pegaram a doença, em comparação aos 80,8% das que não usavam.

Com a descoberta do papel dos assintomáticos na disseminação do coronavírus, pela ciência, a recomendação do uso de máscaras começou a expandir. Em Goiânia, desde o dia 23 de junho um decreto obriga que a população faça o uso de máscaras faciais em toda capital. A medida segue recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) em combate a covid-19.

Sem vacina contra a doença até o momento, instituições de saúde indicam que o melhor meio de prevenir é evitar a exposição ao vírus. Isso incluir lavar bem as mãos, fazer uso de álcool 70 para higienizar objetos, manter um distanciamento social e utilizar máscaras para evitar a propagação de partículas do vírus.

Máscara produzida pelo Projeto EPI, da UFG (Foto: Tatiana Fiuza)

“É importante o uso da máscara, mas existe um conjunto. É necessário higienizar bem as mãos e evitar tocar o rosto com as mãos sujas”, destaca a professora da Faculdade de Enfermagem da UFG e integrante do Projeto EPI UFG, Heliny Carneiro Cunha Neves.

Um estudo mostrou que em países onde o uso de máscara facial é frequente, as curvas de transmissão são mais suaves. A professora Heliny explica que isso acontece porque as máscaras são uma barreira a mais para as partículas, que transmitem o vírus.

“As partículas são menores que as gotículas, por isso elas se propagam mais facilmente. Os estudos atuais mostram que a covid-19 é transmitida por essas partículas e a máscara faz essa barreira”.

Heliny Neves faz parte do Programa EPI UFG, que fabrica máscaras para profissionais da saúde. Segundo ela o local é higienizado duas vezes ao dia, inclusive as máquinas. Desta forma, os produtos produzidos podem ser utilizados pelos profissionais sem receios.

Voluntários trabalham na confecção de máscaras no Projeto EPI (Foto: Tatiana Fiuza)

Contudo, ela alerta que a população deve ter cuidado ao adquirir máscaras caseiras nas ruas e em comércios. “É muito comum ver pessoas vendendo máscaras pela cidade. Mas é importante que a pessoa não utilize a máscara logo ao comprar. Ela precisa lavar muito bem aquele material. As vezes o fabricante não teve a higienização correta das máquinas”.

A professora da faculdade de enfermagem da UFG, lembra que qualquer cidadão pode confeccionar sua máscara, mas destaca os cuidados que devem ser levados em consideração. “Para se ter eficácia, as máscaras devem ter, pelo menos, três camadas. Além disso, o tecido indicado é aquele 100% algodão”.

E o que não falta é criatividade na construção dessa peça que se tornou parte da rotina das pessoas. Em maio deste ano, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos lançou um concurso de máscaras. A vencedora foi uma menina de 7 anos, que fez uma máscara de vaca. Na época, a ministra Damares Alves disse que o concurso tinha o objetivo de incentivar as crianças a utilizarem a peça.

Máscara de velcro, 100% algodão, desenvolvido pela instrutora de moda, Maristela Barbosa (Foto: Divulgação/Maristela Barbosa)

A instrutora de moda, Maristela Barbosa, conta que existem diversos tipos de máscaras e a mais adaptável ao rosto é a máscara 3D. “Cada pessoa tem um formato específico de rosto e esse modelo 3D é capaz de se adaptar a todos eles. O material mais comum dessa máscara é o tricoline”.

Muitas pessoas precisam passar o dia com máscaras. Por esse motivo, é necessário pensar no conforto. Maristela destaca que isso deve ser observado principalmente no tipo de elástico e de tecido.

Já Heliny, lembra que além do conforto, é necessário se atentar a segurança. “Se a pessoa vai passar o dia fora de casa, a recomendação do Ministério da Saúde é que ela tenha pelo menos cinco máscaras com ela. Isso é necessário porque as partículas que liberamos ao conversar umedecem o tecido e isso faz perder a eficácia da máscara”.

Modelo em tecido 100% algodão (Foto: Divulgação/Mask.coisa)

A demanda por máscaras faciais motivou o setor da moda. Marcas como New Balance resolveram costurar suas próprias peças. Mais conhecida pelos pares de tênis, a grife agora se dedica a encontrar tecnologias para compor o look de seus clientes. Grifes de luxo como Dior, Gucci, Prada e Chanel também alteraram a rotina de suas fábricas para aumentar a oferta de máscaras.

 

 

O novo integrante de nosso look diário ganhou formas e cores. Mas antes de pensar em combinações é necessário pensar nos cuidados essenciais. Por isso, preparamos algumas dicas e cuidados com as máscaras faciais para você se proteger com estilo:

Dica 1

Uma opção é lavar sua máscara com água sanitária. Para isso, você deve colocar duas colheres do produto dissolvidos em um litro de água e deixar a máscara de molho por 15 minutos. Não misture sabão na solução, isso altera a composição da água sanitária e diminui sua eficácia. Enxague a máscara e coloque para secar. Depois de seca, utilize o ferro de passar.

Alguns tecidos não podem ter contato com água sanitária. Neste caso você deve colocar a máscara em uma panela, cobri-la com água e levar ao fogo por aproximadamente 10 minutos, depois que levantar fervura. Após esse procedimento, deixe secar e finalize utilizando o ferro de passar.

Dica 2

Se vai ficar um longo tempo fora de casa tenha um saquinho, onde possa guardar as máscaras usadas, e pelo menos mais quatro máscaras. Se você precisar conversar muito, o indicado é que troque a máscara a cada duas horas. Caso contrário, troque apenas quando sentir que ela está começando a ficar úmida. Lembre-se que nunca deve guardar uma máscara usada com uma limpa.

Dica 3

Lave as mãos antes e depois de tocar na máscara. Utilize os elásticos para fazer a remoção, mas nunca toque na parte da frente da máscara. Esse é o local onde as partículas mais se acumulam e isso pode contaminar sua mão.

Dica 4:

Se for produzir sua máscara dê preferência a tecidos 100% algodão. Caso seja necessário a mistura de tecidos, o indicado pelo ministério da saúde é de pelo menos 80% de algodão.

Dica 5

Escolha uma máscara que se encaixe bem ao seu rosto. Além de ser mais confortável, cobrir o nariz e a boca é essencial para sua proteção.

Dica 6

Lave sempre a sua máscara após utilizá-la. Caso precise sair de casa, tenha sempre um saco plástico para guarda-la. Assim você evita contaminar outros objetos.

Fique protegido. Fique em casa! Uma campanha do Sistema Sagres de Comunicação

*Dili Zago é estagiária do Sistema Sagres de Comunicação, em parceria com o IPHAC e a Faculdade Araguaia sob supervisão do jornalista Letícia Martins.

Foto: Arte/Sagres Online