Saúde mental tem a ver com bem-estar. Como esse tema se relaciona com a maternidade? Nasce um filho, nasce uma mãe, dores e delícias de “maternar”. No programa que antecede o Dia das Mães, conversei com a psicóloga (e mãe) Dayane Godinho.

Coincidentemente, o dia da entrevista é o Dia da Saúde Mental Materna, um assunto sério. Dayane diz que, a cada cinco mães, uma tem depressão pós-parto. Sem contar as mães que já tiveram algum transtorno mental anterior e, com todas as novas atribuições da maternidade, correm risco de ter maiores dificuldades nesta nova fase. Ao agregar a maternidade à vida profissional e social, a carga de responsabilidade aumenta muito para essas mulheres e requer uma estrutura emocional e física sólida.

Existe ainda a posição de “mãe do coração”, mais conhecida como madastra. Para a psicóloga, muito depende de como era a relação do pai com seus filhos antes do início da relação conjugal. “Estamos falando de um background que, quanto mais equilibrado for, mais fácil será para esta mulher que entra em uma relação”, diz, lembrando que é preciso respeitar o espaço que já existia nesta família que se apresenta. Por outro lado, é preciso que a nova integrante desta família se sinta aberta a fazer parte deste novo contexto e dividir o tempo e atenção de seu cônjuge com os filhos que ele já tem.

Para poder ser mãe, afirma, antes é preciso poder se cuidar. A maternidade é um movimento sem volta. Por isso é preciso estar bem consigo mesma antes de ter filhos, tanto no campo profissional quanto emocional e social. “Quanto melhor a mulher estiver, mais fácil e completo será o processo de se tornar mãe”, complementa. Vale ressaltar que mãe é um papel de referência, e não somente que traz uma criança à luz.

Se ter um já é um desafio, imagina quando vêm gêmeos! Dayane fala por experiência própria que ter gêmeos é estar inteira e ao mesmo tempo dividida. Apesar de nascerem juntos, gêmeos têm temperamentos e personalidades diferentes. Essa divisão é mais uma parte da ambiguidade materna, pois chega uma hora que a mãe precisa de um tempo para si também “A maternidade vem com sentimentos que não são fáceis de lidar”, brinca, lembrando que tem horas que dá vontade de sair correndo, mas que esse sentimento não pode ser carregado de culpa e, para isso, é preciso deixar um pouco de lado a ilusão de uma maternidade perfeita e se ater à realidade de cada mãe.

Outra realidade muito comum é das mães solteiras. Dayane Godinho ressalta a importância destas mães terem uma rede de apoio, seja da família ou de amigos. “O pouco que estas pessoas ajudarem já faz muita diferença”, destaca. Milhões são os casos de crianças que não têm o nome do pai registrado, o que dificulta a busca pelo apoio e participação legais que lhes é devido.

Assista ao programa completo

Temas abordados

Confira edições anteriores

Moradia digna a preços acessíveis

Brasil, tesouro verde

A importância do Plano Diretor para o desenvolvimento municipal