O projeto de atualização do Plano Diretor de Goiânia voltou para a Câmara Municipal na noite da última terça-feira (30), com previsão de votação ainda em 2021. O argumento dos vereadores da base do governo municipal é que o projeto tem sido debatido há, pelo menos, três anos e, por isso, já está maduro o suficiente para iniciar a tramitação. Porém, em entrevista à Sagres, na manhã desta sexta-feira (3), o vereador da oposição Mauro Rubem (PT) afirmou que os 22 vereadores eleitos em 2020 ainda não tiveram tempo para discutir o Plano Diretor.

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“Esse número representa 70% (63%) dos vereadores que não conhecem nada, nem as emendas e muito menos o projeto original porque são os novos parlamentares desta legislatura, que entraram em janeiro”, ressaltou Mauro. O parlamentar ainda manifestou preocupação com a possibilidade de o projeto ser aprovado em apenas 20 dias na Casa.

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Para o vereador, há muito a ser debatido, como: a questão hídrica da cidade; problemas de mobilidade e de engarrafamento; o que vai ser feito com os mais de 100 mil lotes vazios; e as comunidades isoladas. “O Plano Diretor não pode se preocupar apenas com os arranha-céus, aquela concentração de ganhos que o capital imobiliário tem. Eles já foram muito ouvidos, agora é preciso que a sociedade seja ouvida”, declarou.

A Prefeitura de Goiânia ficou um ano em posse do projeto, sendo que, segundo Mauro Rubem, se tivesse pressa na aprovação, poderia ter devolvido a matéria em agosto para que o legislativo pudesse realizar as principais discussões. “A Câmara tem que fazer um debate qualificado, à altura do que a cidade precisa, de um Plano que não seja votado a toque de caixa como foi o Código Tributário. O Plano não tem, inclusive, razão nenhuma de ser aprovado às pressas desse jeito”, alegou o petista.

O projeto do Código Tributário foi citado mais vezes pelo vereador, como argumento de que a votação às pressas deixaria questões pendentes. “O Código Tributário, até agora, ninguém sabe quanto vai pagar. Votaram a toque de caixa, como querem votar o Plano Diretor e deu nisso”, pontuou Mauro Rubem.

Assista à entrevista no Sagres Sinal Aberto:

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