A vacinação em Goiânia deve começar de forma oficial nesta quarta-feira (20). Serão 30 mil doses aplicadas em 15 mil goianos. Mesmo com a imunização, a preocupação com a taxa de ocupação de leitos de UTI permanece. Em entrevista ao Sagres Sinal Aberto desta terça-feira (19), o secretário de Saúde do município, Durval Pedroso, ressaltou que existe a necessidade de ampliação para 200 leitos na Capital, que conta hoje com 157 unidades de terapia intensiva.

Segundo o boletim mais atualizado de Goiânia, divulgado nesta segunda, há o registro de 92.585 casos de coronavírus, sendo 117 contabilizados em 24 horas. Novas sete mortes foram adicionadas ao total de 2.170. Durval lembrou da curva crescente de casos e mortes na Capital e consequentemente da importância de ampliação da rede.

“Existia uma queda crescente da taxa de ocupação de leitos na segunda quinzena de novembro para início de dezembro. Depois disso, houve uma ascensão da curva de taxa de ocupação e de necessidade de leitos. Hoje, Goiânia tem 157 leitos ativos e está com taxa de ocupação em torno de 63%. Nós chegamos a ter uma taxa de ocupação de 77% há duas semanas. Então foram abertos novos 20 leitos de UTI. Os leitos de enfermaria ainda estão com uma taxa de ocupação menor, mas que se mostrou crescente”.

Ouça a entrevista na íntegra:

Segundo Durval, a previsão é de que os casos continuem aumentando e para suportar a nova demanda será preciso ampliar o número de leitos de UTI para 200 em Goiânia. “Já existe uma programação e um cronograma estipulado, mas as vagas são necessárias. Nós temos que trabalhar com a margem de segurança que é sempre não ultrapassar 80% de taxa de ocupação. No cenário em que nós estimamos a necessidade de 200 leitos de UTI, seria algo de eu ter perto de 40 leitos realmente vagos em UTI para poderem ser ocupados a qualquer momento. Esses leitos ainda precisam ser abertos”.

Em Goiânia, o Hospital e Maternidade Célia Câmara é a maior unidade de atendimento a pacientes com a Covid-19. A unidade tem hoje 70 leitos de UTI e 56 de enfermaria, segundo o secretário de saúde. Existe a possibilidade de ampliação de 10 a 15 leitos de UTI na maternidade.

O secretário revelou que existia a previsão de, com a diminuição de casos, fazer a transição gradativa da maternidade para o atendimento do público sem Covid-19. “Como houve o incremento da quantidade de casos não foi possível realizar essa mudança. No cenário de maior controle e maior estabilização, essa transição deve acontecer”.

VACINAÇÃO

15 mil pessoas em Goiânia receberão duas doses da vacina Coronavac, produzida pelo laboratório chinês Sinovac Biontech. O grupo imunizado nessa primeira fase inclui 720 idosos, 200 pessoas com deficiência e mais de 14 mil profissionais da saúde entre médicos, enfermeiros e outros trabalhadores da linha de frente. Essa cobertura não passa de 4% das pessoas do grupo prioritário que chegam a 355 mil.

Leia também:

Idosa de Anápolis é a primeira pessoa vacinada em Goiás

O primeiro lote será disponibilizado para essas pessoas in loco nas instituições de longa permanência onde vivem os idosos e pessoas com deficiência e nos hospitais que tratam pacientes com Covid-19.

“A decisão em vacinar as pessoas em abrigos e instituições e idosos nesse primeiro momento é para prevenir o óbito. A taxa de mortes nesse grupo da população é maior. E vacinar os trabalhadores da saúde é importante porque eles estão mais expostos à doença”, afirmou o secretário Durval.

No primeiro momento, segundo Durval, não é possível atingir mais do que 30% dos profissionais de saúde, que somam mais de 77 mil na Capital. A continuação da vacinação depende da chegada de mais doses da vacina, o que ainda não há uma previsão. De qualquer forma, segundo o secretário, Goiânia está preparada para vacinar a população em até quatro meses.

“Aqui em Goiânia já temos todo o plano estruturado. São 7 distritos sanitários que contarão com uma sala de vacinação contra a covid-19 cada um. Além disso, existirá um Drive Thru no estacionamento  Serra Dourada. A capacidade que conseguimos alcançar da vacinação é próximo de 30 mil pessoas por semana. Se hoje fossem disponibilizadas todas as doses, poderíamos vacinar a população goianiense em menos de 4 meses entre a primeira e a segunda dose”, completou o secretário.