Criado originalmente em Santa Catarina, em 1948, o Dia do Professor se tornou uma data nacional quase 20 anos depois. De iniciativa da deputada estadual Antonieta de Barros, primeira mulher negra eleita no Brasil, o objetivo era demonstrar que os professores são fundamentais para as transformações sociais.
Em homenagem à data celebrada nesta sexta-feira (15), convidamos três professoras que possuem uma grande bagagem de histórias e transformações para contar. A primeira delas é Flávia Freitas, professora de Português e Redação. “Sempre falo para meus alunos que sou valorizada no que tenho feito dentro da minha atividade e em relação ao salário, mas o que mais valoriza um professor é o reconhecimento do aluno. Sou professora mais por causa deles do que pela atividade em si”, diz Flávia.
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A professora conta que sempre que recebe algum depoimento de aluno ou ex-aluno guarda para se lembrar o motivo de ter escolhido essa profissão. “Também digo a eles que não adianta nada a gente existir se não soubermos nosso lugar no mundo”, comentou. Flávia ainda compartilha conosco uma das mensagens que já recebeu.
“Professora, você foi uma das pessoas mais marcantes em toda a minha formação. Foi alguém que me fez repensar meu lugar no mundo, a importância do meu modo de estar no mundo. Eu a admiro profundamente, tenho grande estima pela sua pessoa. Obrigado por se dedicar ao trabalho com tanto entusiasmo e verdade”.
“Então, não é pela profissão em si, mas por essa relação que a gente constrói com o aluno, que é tão importante. Esse é o meu lugar no mundo, ser professora de fato”, afirma Flávia Freitas.
Também professora de Português, Hellen Karla define a profissão como “uma escolha de vida”. “Quando falamos em ser professor, costumo dizer que existem pessoas que gostam da formação e se adaptam e outras que amam o curso e as vivências de sala de aula”, destaca.

Da mesma forma, Hellen conta um dos diversos relatos que já recebeu. “Certa vez uma aluna me parou no corredor da escola e disse que começou a se inspirar em mim tanto pela forma de acolhimento quanto pela didática, e que queria muito fazer o curso de Letras para dar aula de Língua Portuguesa”, diz.
Emocionada ao lembrar da situação, a professora acredita ser fundamental essa relação de ensino-aprendizagem na transformação do mundo das crianças e adolescentes. “Percebo que, de fato, levei uma sementinha, um ponto positivo para ela e foi quando eu me emocionei, porque vi que realmente estava oferecendo o meu melhor e que a educação, sim, vale a pena, principalmente quando você leva amor no que faz”, reforça.
A terceira professora convidada é Lívia Escher, da disciplina de Língua Inglesa. “Eu era empresária, mas sempre tive esse desejo no meu coração. Sentia que tinha esse propósito na vida”, pontua. A partir do momento que entendeu que poderia mudar de profissão, Lívia se dedicou ao ensino de inglês para crianças e adolescentes, e também passou a colecionar momentos inesquecíveis com os alunos.

“Três anos após iniciar minha carreira de professora, veio a pandemia de Covid-19. Foi tudo muito novo para todos, trouxe muitas incertezas e inseguranças. E um momento que me marcou, logo no início do isolamento social, foi quando chegou a Páscoa, em abril”, comenta a professora.
Na ocasião, Lívia decidiu gravar um vídeo com traduções referentes ao tema. “Expliquei a ressurreição de Cristo, cantei uma música e disse aos alunos que não estávamos sozinhos, que tudo passaria e que tínhamos que aproveitar o nosso melhor. Em seguida, vieram vários depoimentos de pessoas que se emocionaram com o vídeo. Isso trouxe um pouco de acalento para nossas aulas e uma mensagem de esperança”, afirma Lívia Escher.
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