A Secretaria de Defesa Agropecuária, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), informou nesta terça-feira (6) que foram encontrados fungos, bactérias e possibilidade de pragas quarentenárias (que não existem no Brasil) em pacotes de sementes não solicitados que chegaram ao país e foram encaminhados ao Ministério.

Após análises laboratoriais, foi identificada a presença de ácaro vivo em uma amostra; de três fungos diferentes em 25 amostras; de bactéria em duas amostras; e possibilidade de pragas quarentenárias em quatro amostras (como plantas daninhas).

Toda a análise é feita no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária em Goiás, que é referência no país. Até o momento, foram confirmados 258 pacotes de sementes não solicitados em 24 estados e no Distrito Federal.

Em alguns casos, é preciso fazer a germinação das sementes para identificação da espécie, como explica o diretor do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas do Mapa, Carlos Goulart.

“Muitas vezes a quantidade de material é muito pequena, não se tem às vezes sequer material suficiente para extração do DNA. Às vezes a gente precisa fazer esse material se propagar, colocar as sementes para germinar e assim a gente ter o material para ser analisado”, afirma.

Só nos Correios de Curitiba, no Paraná, foram interceptados 37.700 pacotes suspeitos. Destes, 26.111 foram destruídos e 2.383 foram devolvidos ao local de origem. De acordo com o secretário de Defesa Agropecuária, José Guilherme Leal, os pacotes não têm qualquer certificação e foram enviados de pelos menos quatro países para o Brasil. Ele destaca a dificuldade de rastrear a origem do material.

“A gente tem que primeiro confirmar se as informações do pacote são verídicas, porque como é um material não solicitado, inclusive as informações não permitem o rastreamento perfeito. Então a gente vai ter sim a colaboração dos órgãos de fiscalização de outros países para verificar se realmente o material foi postado de lá e aí sim colocar as medidas”, pontua.

A engenheira agrônoma e gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa de Goiás, Daniela Rezio, reforça o alerta a quem receber um pacote não solicitado. “Nós estamos orientando a população e principalmente os produtores a não deslacrarem e não plantarem essas sementes, e em hipótese alguma jogar fora. Elas devem ser encaminhadas juntamente com o pacote para que possa ser encaminhada ao laboratório e seja investigado pelo Ministério da Agricultura”, conclui.

Os únicos estados que ainda não registraram o recebimento do material foram Maranhão e Amazonas. A expectativa é que em 30 dias haja um detalhamento maior desses resultados. O telefone do Mapa para atendimento ao público é o 0800 645 2847. Em Goiânia, o telefone da Agrodefesa é o (62) 3201-3530.

Sementes já estão sendo analisadas pelo Mapa (Foto: Divulgação/Mapa)