O governo federal apresentou uma proposta de reestruturação da carreira dos servidores técnico-administrativos de universidades e institutos federais, que estão em greve em várias partes do país. Segundo a proposta, os servidores terão um reajuste de 9% a partir de janeiro de 2025 e de 3,5% em maio de 2026. A informação foi divulgada pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI).
A proposta foi apresentada durante a quarta reunião da Mesa Específica e Temporária que debate a reestruturação da carreira, na sede do MGI, em Brasília.
Para 2024, o governo já havia formalizado uma proposta de reajuste no auxílio-alimentação para todos os servidores federais, que passaria de R$ 658 para R$ 1 mil (51,9% a mais). Também foi proposto um aumento de 51% nos recursos destinados à assistência à saúde suplementar (auxílio-saúde) e um acréscimo no auxílio-creche, de R$ 321 para R$ 484,90.
Considerando o reajuste de 9% concedido no ano passado e a proposta feita nesta sexta-feira, os técnicos teriam um reajuste médio global de mais de 20% para a carreira, segundo o ministério.
A proposta também inclui a verticalização das carreiras, com uma matriz única com 19 padrões, a diminuição do interstício da progressão por mérito de 18 para 12 meses, e a mudança no tempo decorrido até o topo das carreiras, que passa a ser de 18 anos.
Os servidores técnico-administrativos da área de educação consideraram a proposta apresentada pelo governo federal “irrisória e decepcionante”. O Sindicato Nacional dos Servidores da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) afirmou que as negociações pela manhã foram dedicadas à carreira dos técnicos, e que à tarde a mesa de negociação trataria da carreira dos docentes.
Além do reajuste salarial, os servidores pedem a reestruturação das carreiras da área técnico-administrativa e de docentes, a revogação de normas prejudiciais à educação federal aprovadas nos governos Temer e Bolsonaro, a recomposição do orçamento e o reajuste imediato dos auxílios e bolsas dos estudantes.
O Sinasefe avalia que a greve deve continuar, já que a proposta do governo não recompõe salários nem reestrutura as carreiras. A decisão dos servidores será oficializada após consulta às assembleias locais e apresentação durante a plenária nacional.
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