O Ministério Público de Goiás apura falsificação de registros para inclusão de familiares de donos de hospitais na lista prioritária de vacinação de Ceres. Segundo o promotor de Justiça Marcos Alberto Rios, titular da 2ª Promotoria de Justiça de Ceres, na lista estão parentes de médicos, que são proprietários rurais, e que aparecem como auxiliares de serviços gerais.

O MP requisitou a lista de todos os vacinados e só recebeu o documento 10 dias depois. “Constatamos pessoas conhecida na cidade como se fossem servidores de um determinado hospital. Percebemos nomes de pais e mães de médicos como se fossem auxiliares de serviços gerais. Uma dúzia de pessoas falsamente registradas como servidores da área da saúde”, afirmou o promotor.

O MP constatou que houve a inclusão, de última hora, até nomes de servidores públicos estaduais como se fossem agentes de serviço da saúde.

Marcos Alberto criticou a forma como o município distribuiu as doses da vacina, enviando para unidades de saúde e permitindo a vacinação de pessoas que não estão na linha de frente de combate ao coronavírus. “Oftalmologistas, guarda-livros, pessoas do setor financeiro e outras que não tem contato com a Covid-19 de forma direta”.

O MP-GO vai ingressar com uma ação de improbidade administrativa aos servidores que permitiram que isso acontecesse e com ações penais, considerando crime de peculato, suja pena vai até 12 anos de prisão, para os responsáveis pelo esquema de “fura-fila”. Para que não haja a denúncia por peculato, o MP pode fazer um acordo com as partes. Dessa forma, os acusados podem ter de pagar R$ 50 mil.