A promotora de Justiça Renata de Matos Lacerda requisitou nesta terça (6), em caráter de urgência, a transferência de 13 idosos internos do Centro de Convivência Bethel, em Goianira, para outras instituições de longa permanência de Inhumas, além de retorno de outros cinco para seus familiares. Segundo o Ministério Público, a entidade apresenta diversas irregularidades que expõe os internos a condições sub-humanas e degradantes.
Uma equipe do Centro de Refêrencia de Assistência Social (Cras) visitou a entidade no final de novembro e constatou que os idosos estavam em local inadequado, com lixo espalhado pela casa, condições precárias de higiene, alimentos e medicamentos vencidos, colchões no chão, com falta de divisão de alas masculina e feminina e banheiros compartilhados. As assistentes sociais concluíram que os idosos estavam debilitados física e psicologicamente.
A Vigilância Sanitária foi acionada e verificou outras irregularidades. Entre elas a falta de licenças para funcionamento e do órgão sanitário competente, além de ausência de projeto arquitetônico aprovado, normatização para instituição de longa permanência de idosos e inexistência de proteção contra incêndio. Dessa forma, foi lavrado pelo órgão um auto de interdição para que o abrigo se adequasse às normas exigidas no prazo máximo de 15 dias.
Na última quinta-feira (1º), o MP realizou uma inspeção no local e confirmou que os idosos estão em situação de risco, sem acesso a medicação, principalmente os que sofrem de problemas de saúde como demência, Alzheimer e amnésia.
Segundo a promotoria, a responsável pelo Centro de Convivência Bethel, Simone Mendanha, já é conhecida nos municípios de Goiânia e Trindade, tendo em vista que possuía estabelecimentos semelhantes. Segundo o MP, sempre que interditados pela Vigilância Sanitária, ela providencia a mudança de município carregando consigo todos os idosos, dos quais ela toma posse de seus documentos, inclusive de seus cartões previdenciários
