O ministro da Educação, Camilo Santana, definiu como “incoerente” a escolha do deputado federal Mendonça Filho (União-PE) como relator do projeto de lei que analisa as mudanças no “Novo Ensino Médio”. A declaração foi concedida em um programa da TV Diário, de Fortaleza no último sábado (21).

“É claro que o Congresso tem toda autonomia, mas eu acho que foi incoerente colocar como relator o ex-ministro que foi o responsável pela implementação do Novo Ensino Médio.

“Apesar de eu ter uma boa relação com o deputado Mendonça, eu acho que foi incoerência”, reclamou o Santana,

Na mesma entrevista, o ministro da educação do governo Lula, lembrou que mudanças no Ensino médio feitas por Mendonça Filho, ex-ministro da educação na gestão de Michel Temer, aconteceram por MP (Medida Provisória) e sem consultar os sistemas de educação do Brasil.

“Se eu não escuto os estudantes para saber o que estão achando da implantação no novo ensino médio. Se eu não escuto professores que estão em sala de aula. Se eu não escuto os secretários estaduais de educação, que executam a política, não há sentido”, disse Camilo, que era governador do Ceará quando as mudanças foram feitas.

O Novo Ensino Médio

A reforma do ensino médio foi aprovada em 2017, durante a gestão Michel Temer (MDB), com a proposta de flexibilização do ensino com a divisão da grade em duas. Na primeira, uma parte comum, voltada para as disciplinas básicas, como português e matemática. Na segunda parte, constariam áreas de conhecimento escolhidas pelos estudantes.

Em 2022, as mudanças começaram a ser implementadas, mas uma série de problemas de adaptação, da parte de estudantes, e também das instituições, foram verificados sob a alegação da falta de estrutura para implementação dos itinerários formativos. Um outro ponto de discussão, que tem causado divergência, é a redução de horas de aulas de disciplinas tradicionais.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). 

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