(Foto: Internet/Reprodução)

Os Ministérios das Relações Exteriores (MRE) e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) tomaram nota do adiamento de missão do serviço veterinário da Federação da Rússia, que viria ao Brasil para inspecionar estabelecimentos interessados em exportar proteína animal para aquele país.

A missão ocorreria no âmbito dos trabalhos destinados a concluir os procedimentos necessários para a ampliação do acesso de produtos e subprodutos de origem animal ao mercado russo, após a suspensão das vendas de carnes brasileiras em 2017 e a subsequente normalização, no final de 2018, com número reduzido de estabelecimentos.

Segundo informação oficial das autoridades russas pertinentes, o adiamento deu-se em razão da necessidade de contar com informações técnicas adicionais. Em nenhum momento, autoridades russas atribuíram a suspensão da missão a questões relacionadas à política externa brasileira. A suspeita é que as declarações do ministro Ernesto Araújo contrárias ao apoio da Rússia à Venezuela foram as verdadeiras razões para o adiamento da missão russa.

Os questionamentos apresentados pelo lado russo já se encontram em análise pelas áreas competentes do governo brasileiro e serão respondidos em missão àquele país a ser liderada pelo Secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Entenda a Situação

A Rússia suspendeu a importação de carne bovina e suína do Brasil a partir de 1º de dezembro de 2017, alegando descumprimento de normas sanitárias. Segundo as instituições russas, a medida tem como objetivo proteger os consumidores russos da presença de ractopamina na carne brasileira, uma substância usada como aditivo para promover o crescimento da massa muscular do animal.

Os produtores brasileiros alegaram que a contaminação foi acidental e ocorreu no preparo de rações usadas na alimentação dos animais. 11 meses depois, em dezembro de 2018, o governo russo informou o fim das restrições impostas a todas as empresas exportadoras levando em conta a análise das medidas adotadas pelo Brasil.

A Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) acredita que o Brasil deve retomar neste ano embarques de cerca de 150 mil toneladas de carne bovina in natura e processada à Rússia, nível observado há dois anos, antes dos efeitos de um embargo imposto pelo país euroasiático. O tom otimista se dá após o Brasil exportar em janeiro 3,1 mil toneladas de carne à Rússia, um volume que representa quase a metade de tudo o que foi enviado aos russos em 2018 (7,5 mil toneladas)