Joesley Batista (Foto: Lula Marques/AGPT/Fotos Públicas)

O Ministério Público Federal (MPF) em Brasília denunciou nesta segunda-feira (25) à Justiça o empresário Joesley Batista, um dos donos da empresa e do grupo J&F, e o ex-procurador da República Marcelo Miller pelo crime de corrupção. Também foram denunciados pelo MPF, Francisco de Assis e Silva, um dos delatores, e a advogada Ester Flesch, uma das sócias do escritório de advogacia que contratou Miller. 

De acordo com a denúncia, na gestão do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, Marcelo Miller atuou em favor da J&F durante o processo de assinatura do acordo de delação. Segundo a acusação, documentos trocados entre Miller e integrantes do escritório de advocacia que o contratou comprovariam o “jogo duplo” no caso.

Em nota, a defesa de Joesley Batista negou que tenha oferecido vantagens ao ex-procurador. “A denúncia despreza todos os depoimentos e documentos aportados ao inquérito pela própria defesa, utilizando-se de majoritariamente de um procedimento administrativo conduzido de forma açodada pela PGR [Procuradoria-Geral da República] em setembro do ano passado”, diz a nota. 

Também por meio de nota, a defesa de Marcello Miller alega que a denúncia não especifica qual vantagem financeira teria sido recebida pelo procurador da República e que a única oferta recebida foi a de emprego, que foi recusada. Diz ainda que Miller nunca determinou e desconhece a fatura que foi emitida à empresa J&F, no valor de R$ 700 mil. Por fim, diz que a acusação desconsidera provas indicando que Miller não utilizou a função pública, “da qual já estava em notório desligamento” para  beneficiar a J&F.