Apesar dos avanços na inclusão feminina no mercado de trabalho, a presença de mulheres em setores tradicionalmente masculinos, como o da eletricidade, ainda é marcada por desafios, especialmente quando se trata de ocupar cargos de liderança. Na cidade de Formosa (GO), duas profissionais se destacam como exemplos dessa transformação: Nilvana Melo e Stefhany Damasceno.
Atuando em um setor predominantemente masculino, ambas enfrentaram resistências, mas hoje ocupam posições de destaque graças à persistência, qualificação técnica e apoio de colegas. “Hoje eu consigo ter um pulso mais firme nas tomadas de decisão. Claro que isso não foi do dia para a noite. Precisei de muito apoio e auxílio”, afirma Nilvana.
A trajetória das duas é marcada por barreiras desde o início. Nilvana conta que o interesse por tecnologia surgiu ainda na infância, o que a levou a cursar um técnico em eletrotécnica. No entanto, a entrada no mercado de trabalho foi dificultada pelo preconceito de gênero. “As vagas de estágio vinham discriminadas: de 30 vagas, 25 eram para homens e apenas 5 para mulheres. Isso acabou me desmotivando e me fez desistir de seguir para a engenharia elétrica na época”, relata.
Stefhany, por sua vez, também sentiu o impacto de ingressar em um ambiente dominado por homens. “Quando entrei na empresa, em 2019, a equipe era 90% masculina. No começo houve resistência, mas com o tempo o convívio mostrou que estávamos ali por competência”, lembra.
Segundo dados do setor, apenas 21% dos profissionais da engenharia elétrica são mulheres. Apesar desse número ainda ser baixo, exemplos como os de Nilvana e Stefhany reforçam que a mudança é possível — e necessária. “Às vezes preciso me desdobrar para explicar que estou ali por mérito, por conhecimento técnico. Não foi sorte”, destaca Nilvana.
Elas acreditam que, para transformar o ambiente corporativo, é preciso incentivar mais mulheres a ocuparem espaços de liderança. “A gente precisa ‘feminalizar’ um pouco esses ambientes. Às vezes achamos que não somos capazes, mas se estamos aqui é porque conseguimos”, conclui Stefhany.
Confira na reportagem de Mariana Xavier:
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 05 – Igualdade de Gênero
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