Uma pesquisa da Agência Humanitária Global mostra que as chances de as mulheres dizerem que têm algum problema de saúde mental após a pandemia é quase três vezes maior do que os homens. O levantamento foi feito com 10 mil pessoas em 40 países e aponta os impactos epidemia global do novo coronavírus na população.

Em entrevista ao Sagres Em Tom Maior #109 desta quarta-feira (30) a psicóloga especialista em Neuropsicologia e Psicologia Perinatal e da Parentalidade, Suzane Aryel, afirma que a pandemia tem sobrecarregado as mulheres em relação às responsabilidades em casa por conta do isolamento social.

“Ambos têm essa predisposição. Porém, no período de pandemia, a mulher ficou mais sobrecarregada com os afazeres de casa. As crianças hoje estão estudando, porém, na modalidade on-line, no qual exige um acompanhamento melhor”, analisa.

Segundo a especialista, a necessidade de proteção de si própria, por conta da gestação, e da família, são fatores determinantes para o desenvolvimento de futuras doenças mentais.

“E aí vem o isolamento social, o medo de sair, é a proteção de si mesma, da família, das crianças, e isso aumenta a chance de ter uma crise ansiosa, de ter mais ansiedade e esse acúmulo de atividades durante o dia”, explica.

Segundo Suzane Aryel, é preciso acabar com o mito de que saúde mental não possui tratamento ou cura, e reforça a importância da família na identidicação de mudanças de comportamento e das dificuldades em casa. “Existem muitos tratamentos, inclusive emparelhamento com a psicoterapia e a psiquiatria”, afirma.

Em tempos de dificuldade, o planejamento financeiro também é essencial para a conservação da saúde mental. “Diminuir as besteiras. A saúde mental é ampla. Quando a gente fala de saúde mental. Eu tenho visto que as pessoas têm se organizado, por exemplo, evitado comprar comida fora. Almoço não tem jogado fora, tem guardado para a janta, e isso tudo no final do mês ajuda demais”, orienta.

Confira a entrevista na íntegra a seguir no Sagres em Tom Maior #109