Há quatro meses no Vila Nova – sua apresentação aconteceu no dia 24 de fevereiro -, Bolívar teve pouco tempo para trabalhar com o elenco colorado. Entre o calendário apertado, com muitos jogos em um curto período, e a pandemia do novo coronavírus, com a paralisação das atividades em março, somente agora o treinador vilanovense consegue ter um tempo de qualidade com seus jogadores.

Para Bolívar, não é difícil motivar os atletas, “até porque estavam três meses em casa. Mesmo na indefinição de datas, mas só de estar na rotina e fazendo aquilo que gosta, com todos os cuidados que estamos tomando aqui, os atletas estão felizes. Vamos esperar, como todas as outras equipes, as datas das competições para que possamos ter um norte. Mas esse tempo também é importante para fazer uma boa preparação”.

Apesar das consequências que a pandemia acarretou, o trabalho da comissão técnica acabou beneficiado pela paralisação. O treinador ressaltou que “ninguém esperava todo esse tempo e tudo isso que estamos vivendo nos últimos três meses, mas sem dúvida nenhuma que para nós foi importante ter esse tempo para poder arrumar a casa e fazer essas preparações”.

Dessa forma, “você consegue colocar o seu conceito, a sua maneira e ter tempo para trabalhar com todos os atletas com calma, e todos agora estarão no mesmo nível. Quando chegamos, alguns estavam mais desequilibrados fisicamente, outros com uma condição melhor, então agora terão o seu tempo e estarão em uma condição muito parecida, e cabe a nós decidirmos os melhores jogadores para colocar dentro de campo”.

Diferente de Atlético Goianiense e Goiás, que já têm uma previsão para início do Campeonato Brasileiro na Série A, o Vila Nova ainda não tem esse cenário, embora seja um dos envolvidos no torneio que a Federação Goiana de Futebol (FGF) organiza para a segunda quinzena de julho, que servirá de preparação para os times antes dos jogos retornarem.

Sobre o tempo ideal de preparação, “como ainda não há datas, temos bastante tempo para trabalhar. Acredito que em uma boa pré-temporada feita, com 40 a 45 dias, você consegue executar muito bem e deixar os atletas em um bom nível para que possam suportar esse segundo semestre. Vamos aguardar, e esperamos ter uma definição, claro que com muito cuidado, para que possamos começar a nossa competição”.

Além de participar nas mudanças do elenco, Bolívar tenta se manter ativo nos treinamentos, mesmo que ainda sem trabalhos coletivos. Segundo o treinador, “no início de toda temporada costumamos fazer um trabalho entre oito a dez dias de parte física. É fundamental dar uma carga, porque estamos fazendo diferente do que foi o início de quando chegamos”.

Na ocasião, ainda no primeiro mês de competições da temporada, “detectamos uma equipe sem força física e que isso seria necessário com esse tempo de preparação. Então estamos fazendo uma carga física, com alguns trabalhos específicos de força, para que possamos deixar os atletas em um nível bom para que, quando pudermos colocar o trabalho de campo, estejam bem preparados”.

Alan Mineiro

Bolívar conta também com o retorno do meia-atacante Alan Mineiro, que está em fase final de fisioterapia e espera voltar a fazer trabalhos de campo em um mês. O treinador colorado afirmou que o jogador é muito importante, e “sabemos que essa lesão (no ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo) tem que ter todo um cuidado. O Alan Mineiro é um jogador que precisa estar muito bem fisicamente para poder render 90 minutos”.

“Não podemos contar, de repente, com um atleta por 50 ou 70 minutos. É um jogador que terá que ter uma preparação, como todos estão tendo aqui, para que possa render tudo aquilo que o torcedor do Vila e nós esperamos dele, e sabemos do seu potencial. É um jogador muito interessante, que agregará muito e esperamos que possa chegar o quanto antes para darmos essa preparação adequada e colocá-lo em campo”, completou.