O pré-candidato à presidência da República Ciro Gomes (PDT) concedeu entrevista à Sagres, nesta quinta-feira (03) e falou sobre o cenário de polarização e seus projetos para o país. Ciro afirmou que diante da necessidade de reformas estruturantes no Brasil, planeja um novo sistema e se conseguir aprovar as medidas que julga necessárias, caso eleito, não tentará reeleição.

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“Vou usar os seis primeiros meses de um governo, que é muito poderoso no presidencialismo brasileiro para propor. Se você reparar, Bolsonaro, Lula e Fernando Henrique não propuseram nada. Pelo contrário, cada um deles substituiu a lógica de reformar o país pela dinâmica de fazer sua própria reeleição. Eu entro na negociação dizendo que acabou a reeleição, não postularei a reeleição se me derem as reformas que o Brasil precisa”, explicou.

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O presidenciável disse que quer implantar um novo sistema no Brasil com mais participação popular e uma eleição “com disputa de ideias e não de personalidade”. Para negociar as reformas, Ciro detalhou que pretende fazer um pacto com os governadores e prefeitos, em que eles serão mediadores junto aos deputados, na busca por um consenso. “Se, por fim, permanecer o impasse, quero mandar direto para o voto popular, através de um plebiscito, essas reformas que não tivemos condições de fazer acordos”, declarou.

A falta dessas reformas, segundo o pré-candidato, é um dos motivos para o Brasil não crescer. “É uma espécie de terra arrasada. Infelizmente o Brasil tem adiado há décadas essas reformas estruturais. Faz 10 anos que o Brasil não cresce nada e isso afeta os trabalhadores, que estão entregues a informalidade, sem nenhum direito”.

Imposição das pesquisas

As pesquisas para as eleições 2022 apontam hoje um cenário polarizado entre dois candidatos, o ex-presidente Lula e atual presidente da República, Jair Bolsonaro. Ciro afirmou que as análises acabam sendo feitas com essa “imposição as pesquisas que custam R$ 1 milhão e são pagas por instituições financeiras”. Para o pré-candidato, apesar das diferenças entre Lula e Bolsonaro, os dois apresentam um projeto econômico semelhante, inclusive ao do também ex-presidente Fernando Henrique e, por isso, agradam essas instituições.

“O que precisamos entender é que a pesquisa é um retrato, mas a vida não é retrato, é filme. A população votou em Bolsonaro, magoada com o colapso econômico e a corrupção. Não dá para esconder que o Lula loteou todo Brasil com a maior corrupção que a história brasileira já demonstrou. Eu acredito que o Brasil buscará o debate e não votará em um só porque odeia o outro”, destacou.

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