A Lei de Cotas completou 10 anos na última segunda-feira (29/8) e, como exige a legislação, precisa passar por uma revisão. Em entrevista à Sagres, a professora e ativista do Movimento Negro Ieda Leal, e a defensora pública da União Rita Cristina de Oliveira avaliaram que não há discussão sobre o fim da Lei de Cotas e que, na verdade, a legislação precisa ser aprimorada.

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“Com todas as informações que nós tivemos, um dado muito importante é a chegada do negro no Ensino Superior. Tem questões que precisam de ajuste como permanência, bolsas e tratativas com os cotistas. Precisa-se ter o cuidado para que eles possam permanecer e saiam com sucesso como todos nós queremos”, explicou a professora Ieda Leal.

A defensora pública Rita de Oliveira concordou com Ieda sobre a necessidade de aperfeiçoar a legislação e completou que um dos problemas para fazer a revisão é a falta de dados fornecidos pelos órgãos responsáveis por essas informações. “Nós temos o dever de melhorar os mecanismos de monitoramento e avaliação da legislação para que a gente, de fato, consiga fazer a avaliação geral dos efeitos, da eficácia da Lei para verificar se são necessários alguns ajustes, aprimoramentos e melhoria das metas”, detalhou.

Segundo Ieda, a constatação de que a Lei precisa ser melhorada, porém, não significa que ela não trouxe avanços. “A verificação de que essa Lei deu certo já está configurada. É uma legislação que corrige uma distorção de cerca de 400 anos de escravidão”, declarou.

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