O médico infectologista, Boaventura Braz de Queiroz, disse à Sagres 730 nesta segunda-feira (17) que a hipótese de reinfecção pelo novo coronavírus, ou seja, uma pessoa recuperada da doença ser novamente contaminada, é quase descartada. Na última semana, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO) criou um grupo para analisar possíveis casos de reinfecção pela Covid-19.

Boaventura Braz destacou que já é comprovado que o vírus permanece por até 90 dias no organismo. “A possibilidade de realizar exames RT-PCR em paciente e detectar resquícios do vírus, que não tem capacidade de infecção ou transmissão até 90 dias, já está comprovado e não é uma reinfecção”, afirmou.

Além disso, o médico infectologista relembrou que no início da pandemia, em meados de março, países asiáticos também tiveram suspeitas sobre reinfecção, mas foram “categoricamente descartadas”. Para ele, essa é a mesma situação, porém ressalta que ainda não há estudos descartando essas possibilidades. “Precisa ser muito bem estudado cada situação, para não criar um alarme, que já é muito grande com essa situação da pandemia”.

Segundo Boaventura, é possível que o vírus deixe sequelas no organismo. Ele explicou que cada indivíduo, com a interação com o vírus, corre algum risco de desenvolver sequelas, a depender do organismo. “Determinados pacientes que já tinha alguma tendência a problemas renais, por exemplo, esse vírus já tem um potencial de agressão no rim, então é possível que tenha pacientes que já tinha essa propensão a desenvolver uma sequela”, disse. “Precisa ser bem acompanhado no pós-cura da doença para ver se sobrou alguma coisa que precisa ser acompanhada”.