Em duas semanas, Goiás registrou aumento de 39% no número de casos confirmados de Covid-19. Em 1º de agosto, eram 69.679 registros de infectados. Nesta quinta-feira (13), o número chegou a 97.425. De acordo com a superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO), Flúvia Amorim, o crescimento se deu por dois possíveis fatores.

“Um deles é o aumento da transmissão, da mobilidade da pessoas e com isso aumenta a possibilidade de transmissão [da doença]. Outro é o aumento da detecção através da ampliação da testagem”, argumenta.

No dia 22 de julho, o governo lançou o aplicativo Dados do Bem, que tem como objetivo ampliar a testagem e promover o rastreamento e monitoramento de pessoas com suspeita da Covid-19 em 78 municípios goianos. O painel da SES-GO aponta que, desde o início da pandemia, mais de 204,1 mil testes já foram realizados.

Média móvel

Outro dado que chama a atenção é a queda da média móvel no número de mortes em Goiás. O índice que ultrapassou 40 no final de julho, continuou subindo e agora caiu para 44.

“Até o momento nós não tivemos pessoas que foram a óbito comprovadamente porque não tinham assistência ao leito. Então as mortes que aconteceram até o momento, todas no setor tiveram algum tipo de assistência. Não ficaram desassistidas”, esclarece.

O número de mortes em Goiás no dia 1º de agosto era de 1.691. Hoje (13) está em 2.213, um aumento de 30%.

Reinfecção

Para avaliar possíveis casos de reinfecção pela Covid-19, ou seja, uma pessoa recuperada da doença ser novamente contaminada, Flúvia Amorim explica que a SES-GO está criando um grupo para analisar tais ocorrência, mas ressalta que não há comprovação científica de que um mesmo indivíduo possa ser infectado duas vezes pelo coronavírus.

“Não existe na literatura mundial nenhum caso comprovado de reinfecção. O que a gente tem na literatura? Pessoa que tem o PCR, que é o exame que detecta o vírus nas secreções por até 90 dias. É uma persistência da detecção do vírus na secreção nasofaríngea”. “A priori, nessa situação, foram apresentados seis casos”, complementa.

Falhas em testes para detecção da doença e falsos positivos ainda não podem ser descartados.

Segundo a superintendente, o grupo é composto pela SES-GO, secretarias municipais e universidades. Goiânia e Aparecida de Goiânia estão entre os municípios que apresentaram os seis casos discutidos na reunião do Centro de Operações de Emergências (COE-GO) em Saúde Pública de Goiás ontem (12).