É do conhecimento de todos que nada acontece no Goiás Esporte Clube sem passar pelas “mãos” de Hailé Pinheiro, presidente do Conselho Deliberativo do time esmeraldino. Considerado o maior dirigente da história do futebol goiano, Hailé não perde um jogo de Goiás e é sempre uma pessoa autêntica na hora das entrevistas.

Na coletiva antes da viagem para Campinas onde enfrenta o Palmeiras nesta quinta-feira (5) pela 37º rodada do Campeonato Brasileiro da Série A, o técnico Ney Franco destacou a importância de Hailé para o Goiás e revelou o desejo de tê-lo de forma mais presente no dia a dia do clube.

“Primeiramente a gente sabe que é uma pessoa que decide dentro do clube, acho que ele poderia estar até mais presente, estar no nosso dia a dia. É difícil eu fazer uma avaliação se é o maior dirigente do futebol goiano, mas do Goiás com certeza é. Certeza também que é uma dos maiores diretores do futebol goiano e vou mais além, do futebol brasileiro. O que a gente vê da história do Goiás, da construção do clube, a estrutura que o Goiás tem hoje, as equipes que o Goiás formou e os jogadores que revelou, a gente sabe que o Seu Hailé está atrás de muitos desses sucesso. Inclusive tem um estádio com seu nome e isso mostra a força. É um pessoa que conhece muito de futebol e tem muito para dar ainda para o futebol e principalmente para o Goiás, e eu como treinador me sinto mais confortável com o Hailé próximo do que distante”, disse.

Ney Franco (Foto: Rosiron Rodrigues/GEC)

O técnico ainda afirmou que Hailé esteve presente nas reuniões que definiram sua renovação de contrato e a presença do dirigente foi importante para pensar no próximo ano do clube.

“Nas conversas de renovação minha ele sempre está presente, até porque não é uma renovação fácil. Não é só questão financeira, são questões de autonomia de trabalho. Não quero ser ditador e não é minha característica, é sentar com o clube para planejar a próxima temporada e entender o que o clube quer, o que a diretoria quer. Foi legal que nas duas vezes que sentei para resolver minha situação, seu Hailé estava presente e é muito interessante tê-lo do nosso lado”.

Ney Franco ainda aproveitou a oportunidade para esclarecer situações que surgiram após um crescimento no rendimento do Goiás depois do clube passar por um período complicado no retorno do Brasileirão após a disputa da Copa América. Segundo o comandante, não houve uma reunião de cobrança por parte de Hailé.

“Foi mais uma reunião que nós tratamos com o grupo sobre a Copa Verde e, logicamente, foi uma reunião interessante. Seu Hailé (Pinheiro) participou e se colocou como presidente do Conselho Deliberativo, com a experiência, mas veio mais para conversar com o grupo mais como um apoio, não teve nenhum situação de cobrança. Eu escuto a vezes que ele veio aqui e deu “tapa na mesa”, mas não teve nada disso. Tivemos um reunião interna, harmoniosa, Seu Hailé veio aqui e deu apoio para os atletas, para a comissão técnica e a partir disso as coisas aconteceram do trabalho de todo mundo, inclusive da participação dele”, explicou o treinador.

Ele ainda completou que a única definição diferente que aconteceu na reunião após a goleada sofrida para o Grêmio em Porto Alegre foi sobre o fato de Ney Franco comandar a equipe na fase final da Copa Verde.

“Depois disso, tudo vira um folclore, que seu Hailé veio aqui, brigou com comissão técnica, brigou com treinador e exigiu escalação de determinado jogador, não existe nada disso. Pelo contrário, ele veio e deu carinho para todo mundo. Deu autonomia que eu já tenho para fazer o que quiser com o grupo, escalar quem eu quero, a responsabilidade é do treinador e ele sabe disso. Depois disso cria-se uma fantasia, uma história que não existe e entra na mente do torcedor, que tem que escalar jogador de base e não teve nada disso. A única coisa diferente que teve foi que quando eu cheguei no clube estava definido que a Copa Verde seria dirigida e treinada pelo time sub-23, e no pensamento do Seu Hailé teve uma mudança de rota e ele, juntamente com o presidente achou interessante, eu como funcionário também achei de disputarmos os dois jogos da Copa Verde com o time principal”, disse.

O técnico ainda confessou que foi equivocado, naquela ocasião, optar por utilizar o time principal na competição regional, já que o Goiás acabou eliminado pelo Cuiabá na semifinal.

“Hoje eu acho que foi uma decisão errada nossa, porque foi um jogo em Cuiabá no meio de uma semana que enfrentamos a Chapecoense em Chapecó, depois o jogo em Cuiabá, voltamos e fomos enfrentar o Atlético Mineiro e levamos uma pancada de 4 a 0 com o time fisicamente muito morto. Acho que foi uma decisão errada nossa e nós ainda não classificamos”, analisou Ney Franco.