15 pontos em disputa, um conquistado. Depois de quatro derrotas seguidas, para Fluminense, Santos, Atlético Mineiro e Flamengo, o empate com o Bahia, na última sexta-feira (16), deu a Enderson Moreira o seu primeiro ponto no comando do Goiás Esporte Clube. Contudo, insuficiente para tirar a equipe da última posição do Campeonato Brasileiro.

Nas 16 primeiras rodadas da Série A, os esmeraldinos entraram em campo apenas 14 vezes, já que as partidas contra São Paulo e Grêmio foram adiadas. Na 20ª colocação, somaram 10 pontos, com duas vitórias e quatro empates, e foram derrotados em oito oportunidades. A defesa mais vazada do campeonato, já sofreram 28 gols – uma média de dois gols sofridos por jogo. Aproveitamento de 23,8%.

No momento, o Goiás não vence há seis rodadas. A última vitória, sobre o Internacional, aconteceu em 13 de setembro. A sequência negativa, a pior nesta temporada, entretanto, ainda não supera 2010 e 2015, quando foi rebaixado no Brasileirão. Em 2010, chegou a ficar 12 jogos sem vencer, enquanto em 2015, oito. Também tiveram sequências de derrotas maiores: seis e cinco, respectivamente.

Pior do que quando foi rebaixado

Por outro lado, o retrospecto atual está abaixo das únicas vezes em que o clube da Serrinha caiu da Série A na era dos pontos corridos. Em 2010, o time somou 13 pontos nos primeiros 14 jogos. Na 19ª posição, estava na frente do Atlético Goianiense, que conseguiu se manter na elite naquela temporada. Com a sucessão de derrotas nas cinco rodadas seguintes, terminou o primeiro turno na lanterna. Desceu com 33 pontos, na 19ª colocação.

Já em 2015, o seu último rebaixamento no Brasileirão, o Goiás também fez 13 pontos nas 14 rodadas iniciais, porém na 16ª posição, fora da zona de rebaixamento. No entanto, cinco partidas depois, já com 19 pontos, encerrou o primeiro turno como 17º. O restante do campeonato se provou ainda mais fatal, e a equipe acabou rebaixada novamente na 19ª colocação, com 38 pontos, além de 12 derrotas no returno.

Onde estava no ano passado?

Na última temporada, o Goiás terminou o campeonato na 10ª posição, dentro da zona de classificação para a Copa Sul-Americana. Porém, o torneio não foram só flores para o time, que teve a defesa mais vazada (64 gols contra) e também duras goleadas sofridas. Ainda assim, depois de 14 rodadas, a equipe estava em melhores condições do que atualmente: com 17 pontos, era o 15º colocado, fora da zona de rebaixamento.

Ney Franco, que estreou justamente na 14ª rodada, derrotado pelo Vasco da Gama, teve uma sequência negativa no início e terminou o primeiro turno com mais três derrotas, ainda na 15ª posição, com 21 pontos. No returno, a chave virou logo nas quatro primeiras rodadas, com vitórias sobre Fluminense, São Paulo, Cruzeiro e Ceará. No final, terminou com a oitava melhor campanha do segundo turno, com 31 pontos em 19 jogos.

Exemplo de recuperação

Pior do que nos rebaixamentos de 2010 e 2015 e até o retrospecto atual, o Goiás sofreu de início no Brasileirão de 2003, o primeiro disputado em pontos corridos. Hoje lembrado com orgulho pelos esmeraldinos, a primeira parte daquele campeonato não foi fácil. O time também chegou a ficar sem vencer por seis jogos, entre as rodadas 7 e 12, com quatro derrotas seguidas no período, e segurou a lanterna entre as rodadas 9 e 23.

Nos primeiros 14 jogos, sofreu nove derrotas e somou apenas nove pontos – duas vitórias e três empates. Encerrou o primeiro turno na 24ª posição, com 21 pontos em 23 partidas. Um desempenho inferior à outras temporadas, mas que não significou um rebaixamento graças à uma histórica recuperação. Invicto entre julho e setembro, teve uma sequência de 16 jogos sem derrotas a partir da 17ª rodada, saindo da lanterna na 24ª rodada.

O time treinado por Cuca, que assumiu o comando na 11ª rodada, ainda teve duas importantes séries de vitórias, que alavancaram a posição no campeonato: cinco entre as rodadas 26 e 30, além de seis entre as rodadas 36 e 41. As quatro derrotas nas últimas cinco partidas acabaram com o sonho da Libertadores – realizado dois anos depois -, porém a 9ª posição, com 65 pontos, garantiu uma vaga inédita na Sul-Americana.

Apenas o Cruzeiro, campeão com 100 pontos, foi melhor no segundo turno. Com 44 pontos em 23 partidas, o Goiás teve a segunda melhor campanha. Cuca, ainda um jovem treinador, acabou contratado pelo São Paulo, que também levou Fabão, Danilo e Grafite – além de Josué, um ano depois. Enquanto Marabá foi para o Internacional e Araújo se aventurou no Japão, Dimba, artilheiro do campeonato com 31 gols, se mudou para a Arábia Saudita.

De volta a 2020, depois de flertar com a vitória contra o Bahia, que buscou o empate no último lance do jogo, o Goiás agora se prepara para a sua próxima partida. Pela 17ª rodada da Série A, enfrenta o Botafogo fora de casa, no estádio Nilton Santos, nesta segunda-feira (19), às 20h. Será o início de uma arrancada ou mais um tropeço para os esmeraldinos?