No dia 25 de julho, comemora-se o Dia Internacional da Agricultura Familiar, criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para a Alimentação e Agricultura (FAO), em 2014. A celebração da data busca evidenciar o debate e o reconhecimento do papel e o potencial da agricultura familiar na produção de alimentos e no processo de desenvolvimento.

Em entrevista ao programa Tom Maior da SagresTV, a professora de agronomia da Universidade Federal de Goiás (UFG), Fabiana Thomé da Cruz, revela a importância multidimensional dos pequenos produtores para a superação de alguns dos desafios urgentes da humanidade.

“Para pensar em agricultura familiar, é interessante a gente primeiro entender o que é. No Brasil essa categoria existe a partir de uma lei de 1996, por meio dessa lei se define agricultura familiar como uma área máxima de terra que está delimitada em quatro módulos fiscais, ao fato da mão de obra ser essencialmente familiar e da renda ser principalmente da terra, no trabalho da terra”, esclarece a professora.

Nos últimos anos, houve avanços em relação ao reconhecimento da contribuição da agricultura familiar no desenvolvimento rural e na superação da pobreza. Diversas organizações internacionais vêm lançando estudos sobre o papel estratégico dos pequenos produtores na segurança alimentar. “Acho importante, quando pensamos nessa definição, a gente entender a diversidade de famílias que estão sobre esse guarda-chuva dessa categoria”, ressalta.

No Brasil, metade da comida que chega à mesa é proveniente da agricultura familiar e cerca de 84% das empresas no campo pertencem a famílias. Além disso, atividades provenientes da agricultura familiar são a principal fonte de renda de 90% dos lares nas cidades com até 20 mil habitantes (68% dos municípios brasileiros). São 4 milhões de propriedades que têm sua produção baseada na agricultura familiar, e representam 30% do PIB agropecuário brasileiro.

“A gente pode pensar desde os silvicultores, agricultores, extrativistas, pescadores, povos indígenas, quilombolas e povos em comunidades tradicionais, quando pensamos em agricultura familiar. É importante entender que o conceito contempla, também, esse modo tradicional de fazer agricultura. Por isso, dá para a gente falar no plural “agriculturas” para não perder de vista a diversidade, que é a grande riqueza e o grande potencial do Brasil”, afirma a professora de agronomia da UFG.

Assista à entrevista na íntegra no Tom Maior #61