Ninguém marcou tantos gols no Campeonato Goiano na última década quanto Nonato. Experiente atacante, deixou sua marca por vários clubes no estado, a exemplo de Goiás e Atlético nos anos 2000, antes de brilhar com a camisa do Goianésia, além de outras equipes, como Trindade, Anapolina, Rio Verde, Goiânia e Aparecidense. Entre 2014 e 2018, foi o artilheiro da elite do futebol goiano quatro vezes.

O baiano, contudo, não participou do Goianão nesta temporada. Ainda atividade, retornou para sua terra e onde ainda é considerado um grande ídolo do clube que carrega o nome do estado, o Bahia. No primeiro semestre do ano, defendeu as cores do Vitória da Conquista, pelo qual marcou dois gols em seis jogos até a paralisação do Campeonato Baiano em virtude da pandemia do novo coronavírus.

Para a segunda parte de 2020, planejava um novo retorno para Goiás. Dessa vez pela Jataiense, promovida para a Divisão de Acesso do Campeonato Goiano. Em entrevista à Sagres 730, o atacante relatou que “já conhecia o presidente da Jataiense, o Humberto Macchione. Estamos sempre juntos em alguns jogos de futevôlei e temos amigos em comuns, então ele mostrou esse interesse para eu ir para a Jataiense e ficamos conversados, mas apareceu essa pandemia, atrapalhando o mundo inteiro”.

Questionado sobre o quanto os efeitos da pandemia atrapalharam seus planos, Nonato, que completa 41 anos em julho, destacou que “bastante, porque você fica inativo e com uma idade um pouco elevada, você tem que estar praticando e treinando. Lógico que faço o meu treinamento e jogo futevôlei, mas é totalmente diferente do futebol, onde você tem uma equipe de trabalho específica”.

Com a incerteza do retorno dos campeonatos, o atacante pode ser forçado a encerrar sua carreira antes do previsto. Contudo, frisou que “na verdade, ainda não pensei, mas corre o risco pelo fato do mundo estar paralisado. Não sabemos quando acaba isso, se vai voltar à normalidade e quando vai voltar, enfim, não sabemos de nada. Hoje vivemos em um mundo de incertezas”.

Inseguro para um eventual retorno dos jogos, justificou que “mesmo quando liberar tudo, as pessoas vão ficar um pouco inseguras, porque é um negócio muito complicado esse vírus”. No caso do futebol, “ainda mais quando se monta um elenco com jogadores de São Paulo, do Rio e de vários lugares. Se for para voltar com algum tipo de precaução, voltamos, mas a dúvida vai continuar”.

A volta aos gramados, no caso, poderia ser no oeste goiano, com a camisa da Jataiense, que se programava para disputar a Divisão de Acesso neste mês – o torneio, como todas as competições organizadas pela Federação Goiana de Futebol, foi suspenso. Segundo Nonato, “tive contatos de outros clubes, mas o que eu cheguei a conversar e deixar uma coisa praticamente concretizada, embora não cheguei a assinar contrato, foi a Jataiense”.

Participação esmeraldina na Libertadores

Na segunda-feira (4), completou-se 14 anos do último jogo do Goiás na Copa Libertadores, na primeira e única participação. Na ocasião, Nonato estava no elenco esmeraldino e, inclusive, marcou um dos gols naquela partida de 4 de maio de 2006, em que a equipe da Serrinha venceu por 3 a 1 o Estudiantes-ARG, porém acabou eliminada nas oitavas de final pela regra do gol fora de casa, já que havia perdido em La Plata, na Argentina, por 2 a 0.

Nonato relembrou a data com “muita alegria, uma participação que tivemos e que poderia ter sido melhor. O nosso time saiu da competição de cabeça erguida pelo jogo que fez. Perdemos para um time muito tradicional na Libertadores, mas encaramos de igual para igual. Foi uma ótima campanha essa participação do Goiás e fico muito feliz de ter vestido essa camisa e ter participado da Libertadores com um grande time”.

Antes dos confrontos contra o Estudiantes no mata-mata, o Goiás teve que passar pelo Deportivo Cuenca-EQU na primeira fase do torneio. Depois de empatar o primeiro jogo em 1 a 1 fora de casa, venceu em Goiânia por 3 a 0. Já na fase de grupos, a equipe esmeraldina terminou líder na sua chave, com 11 pontos em seis rodadas, e enfrentou Newell’s Old Boys-ARG, Unión Española-CHI e The Strongest-BOL.

O ex-atacante destacou que “foi um campanha excelente por ter sido a primeira participação do clube na Libertadores. O grupo tinha muitos jogadores conhecidos, como Jardel, Vampeta, Roni, Souza e Jadílson, era um grupo excelente, de grandes jogadores. Aquele ano de 2006 foi muito bom para o Goiás, teve essa participação na Libertadores, fomos campeões goianos e conseguimos fazer uma ótima campanha no Brasileiro”.