Foto: Johann Germano/Sagres Online

O governador Ronaldo Caiado (DEM) divulgou no início da tarde desta sexta-feira (3) o novo decreto estendendo até o dia 19 de abril as medidas de isolamento contra o novo coronavírus. A determinação foi publicada em edição suplementar do Diário Oficial do Estado (DOE), e apresentada pelo próprio chefe do Executivo estadual no Palácio das Esmeraldas nesta tarde. 

Segundo o governo, o prolongamento das medidas de isolamento foi definido com base em estudos que apontam para o achatamento da curva da covid-19 em Goiás, o que evitaria um colapso no sistema de saúde. “Peço a todos os empresários: é hora de pensarmos como ponto principal exatamente a busca de condição para que os goianos possam sobreviver a essa pandemia”, frisou Caiado.

O novo decreto foi duramente criticado pelo Fórum Empresarial do estado. O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Sandro Mabel, disse que se trata de um decreto político. “Resolveu-se que Goiás vai arrebentar economicamente para fazer uma coisa que a parte técnica não está recomendando”, afirmou. 

Ciente das reivindicações da classe empresarial, o governador sinalizou que pode haver novas flexibilizações nos próximos dias. “Quanto à área econômica temos sensibilidade, sabemos da importância dela. Mas ela realmente será gradualmente liberada”, apontou. 

Ao longo do dia, lojistas da Região da 44 reclamaram da burocracia para terem acesso às linhas de crédito do governo, que ajudariam microempresários durante a paralisação das atividades. Caiado disse entender a dificuldade de alguns setores neste período de isolamento social, e que busca um socorro financeiro junto ao governo federal. “É hora de liberar linhas de crédito para dar condições para que eles não demitam, para terem acesso ao capital de giro em condições subsidiadas e de longo prazo”, disse. “Tanto é que em relação ao FCO, já solicitei ao superintendente do Banco do Brasil que toda verba seja destinada a micro, pequenas, médias e também às grandes empresas para que todos possam ser contemplados com empréstimos a longo prazo, com juros baixíssimos, e assim manter seus funcionários”, salientou.

Confira o que pode funcionar com o novo decreto

– Estabelecimentos que estejam produzindo exclusivamente equipamentos e insumos para auxiliar o combate à Covid-19;
– Feiras livres de hortifrutigranjeiros, sendo vedado o funcionamento de restaurantes, praças de alimentação e consumo de produtos no local;
– Escritórios de profissionais liberais, sendo vedado o atendimento presencial ao público;
– Atividades administrativas de empresas públicas e privadas;
– Autopeças;
– Oficinas e borracharias às margens de rodovias ;
– Restaurantes e lanchonetes de postos de combustíveis localizados às margens das rodovias;
– Cartórios extrajudiciais, desde que observadas as normas editadas pela Corregedoria-geral da Justiça do Estado de Goiás.

Educação

Poucas horas depois de publicar a Nota Técnica 05/2020, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) corrigiu a primeira versão e prorrogou a interrupção das atividades educacionais presenciais em todas as escolas, faculdades e universidades, das redes de ensino pública e privada, até dia o dia 30 de abril. Na primeira versão, divulgada pela manhã, a SES recomendava a prorrogação da suspensão de aulas presenciais por 60 dias

A nova nota, publicada no início desta tarde. A secretaria não explicou os motivos da mudança. A segunda versão ficou mais alinhada com o decreto assinado pelo governador Ronaldo Caiado (DEM) e publicado no início da tarde desta sexta-feira (3). O documento adia a suspensão das atividades econômicas até o dia 19 de abril, com flexibilização do funcionamento de feiras-livres e de escritórios de profissionais liberais.

Novos casos

Durante coletiva na tarde de hoje (3), Caiado ainda confirmou a segunda morte por coronavírus no estado de Goiás, além de 88 casos confirmados, 2.138 suspeitos e 961 descartados.

Atualizada às 21h25

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