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O assunto é peculiar e necessário. O Transtorno do Espectro Autista (TEA) está marcado pelo desenvolvimento neurológico com três características, como: dificuldade de comunicação, dificuldade de se socializar e comportamento repetitivo e restritivo. Esta é uma forma resumida para apresentar o TEA, pois está relacionado a ações que acontecem em conjunto ou de maneira isolada.

A prática da natação é recomendada a crianças que possuem o TEA, aliada ao acompanhamento dos pais e cuidadores. Assim como nenhuma pessoa em sua adequada capacidade mental é igual a outra, nenhuma criança com autismo também é igual a outra com o mesmo diagnóstico, sendo fundamental uma intervenção personalizada no ensinamento esportivo. A natação contribui no desenvolvimento motor, afetivo e na formação cognitiva, além de ajudar na qualidade de vida e ser um suporte para resoluções dos problemas no cotidiano da criança com TEA.

Um levantamento publicado pela Associação Nacional do Autismo, nos Estados Unidos, há cerca de 10 anos (2009 – 2011), descobriu que o risco de morte por afogamento com a população autista é duas vezes maior que o da população em geral. A mesma pesquisa revela que 90% dos óbitos ocorridos nesse período entre crianças até os 14 anos foram causados por afogamento. Isso se dá pelo fato de pessoas com TEA preferirem o isolamento, e por não possuírem uma noção do perigo, o risco de afogamento aumenta. A adaptação ao meio líquido é decisiva para gerar na criança autista o prazer por nadar e a confiança no professor, este que deve possuir o devido embasamento profissional para atender um aluno com TEA.

Diversas atividades desenvolvidas na água são prazerosas para crianças com TEA, uma vez que a sensibilidade tátil e auditiva que elas possuem é diminuída ou interrompida momentaneamente, enquanto se está dentro d’água. Pode-se considerar que na piscina, no mar ou no lago, o autista se sente confortável e calmo. Diante de tais evidências, a natação infantil se apresenta como um método eficaz para cuidarmos de nossas crianças com Transtorno do Espectro Autista, tornando-as capazes de superar seus medos e desenvolver a interação social.

autismoEspecialista em Natação Infantil, Kelly Maronezi