O Atlético foi rebaixado para a Série B, ontem, 13, ao empatar com o América-MG em 1 a 1, em Belo Horizonte. O rubro-negro chegou a última rodada do Campeonato Brasileiro com chances matemáticas de conseguir a permanência na elite do futebol brasileiro. Tinha que ganhar o jogo da equipe mineira e o Cuiabá tinha que perder para o Coritiba. Entre a sua vitória e a derrota do Dourado, o Dragão precisava tirar um saldo de 6 gols do time mato-grossense. Não deu. O Atlético só empatou e o Cuiabá venceu o Coxa Branca por 2 a 1. Depois de 3 anos na elite, o Atlético volta a disputar a Série B.

Num clube onde o presidente é o mandachuva não é difícil apontar o principal culpado pela queda do Dragão. Adson Batista se consagrou como principal dirigente do futebol goiano nos últimos anos. É o grande responsável pela ascensão do clube. Tirou o Atlético do nada para colocá-lo na prateleira de cima do futebol nacional. Mas este ano errou no planejamento para a temporada. A equipe não se preparou adequadamente para enfrentar um calendário robusto de competições, sendo que as três mais importantes – Copa do Brasil, Copa Sul-Americana e Campeonato Brasileiro – foram disputadas simultaneamente em várias fases.

O elenco pequeno alcançou resultados expressivos na Copa do Brasil e Copa Sul-Americana, mas acusou o desgaste no Brasileirão. Adson Batista “apanhou” das duas janelas abertas para a inscrição de novos jogadores durante este ano. Na primeira janela, o Atlético contratou 18 jogadores. O índice de aproveitamento foi baixo. Muitos atletas foram liberados antes do fim do contrato como Luan Polli, Gabriel Noga, Rickson, Dellatorre entre outros. Na segunda janela, aberta no meio do ano, segundo a repórter Nathalia Freitas, chegaram mais 11 “reforços”. Goleiros: Pedro Paulo e Diego Loureiro; zagueiros: Camutanga, Klaus, Lucas Gazal e Emerson Santos; volantes: Rhaldney e Willian Maranhão; meia-atacante: Kelvin; atacantes: João Peglow e Ricardinho. Ao todo, a diretoria atleticana fez 29 contratações em 2022. Dos contratados no meio do ano poucos se tornaram titulares.

O baixo índice de acerto nas contratações refletiu no trabalho dos técnicos. Por isso, as trocas foram constantes. O Dragão teve entre efetivos e interinos 6 treinadores: Marcelo Cabo, Eduardo Souza (interino), Umberto Louzer, Anderson Gomes (interino em uma partida), Eduardo Baptista e Eduardo Souza novamente como interino, e que ontem, 13, após o rebaixamento, foi confirmado pelo presidente como técnico para a temporada 20223.

Além dos erros nas contratações, o Atlético sofreu com a queda de desempenho de dois jogadores importantes: Jorginho e Marlon Freitas, que no meio do ano assinou um pré-contrato com o Botafogo. Também fizeram falta os jogadores lesionados Ronaldo e Ramon. Até o zagueiro Emerson Santos, que poderia ter reforçado a zaga do Dragão, fez falta.

O Atlético também penou com a ineficiência ofensiva. Em muitas partidas o rubro-negro de Campinas produziu mais do que os adversários, mas acabou perdendo ou empatando. Só na reta final do campeonato, o Atlético foi superior tecnicamente do que o São Paulo, Santos, Fortaleza e Athletico-PR. Por azar ou incompetência ofensiva, não ganhou nenhum deles.

Na última década, Adson Batista acertou bastante, principalmente na contratação de atletas e técnico, desta vez errou muito. O plano B do presidente não funcionou. Isso foi determinante para o descenso do Atlético.

Do mesmo jeito que aponto o Adson Batista como principal culpado pela queda, coloco o Atlético entre os favoritos para retornar para a elite do futebol brasileiro, exatamente porque tem Adson Batista como presidente!

Leia mais