A doença inflamatória intestinal é crônica, ou seja, não tem cura. No entanto, cuidados e um diagnóstico rápido podem mitigar grande parte dos sintomas.

Como o diagnóstico e a ação precoce são medidas eficientes para o melhor tratamento possível, o primeiro passo é que o paciente saiba identificar algo de errado.

De acordo com o médico Alexandre de Souza Carlos, do Departamento de Gastroenterologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, a doença era muito prevalente na Europa e na América do Norte. Entretanto, nos últimos dez anos, houve um aumento crescente na América Latina, inclusive no Brasil.

Segundo o especialista, o sintoma mais comum é a diarreia, que é crônica e pode durar meses. Além dela, o professor afirma haver outros sintomas. “Presença de sangue ou de muco nas fezes, perda de peso, dor abdominal”, afirma Souza Carlos.

Souza Carlos acrescenta que, assim como a diarreia, são sintomas que perduram. Não melhoram com as medidas habituais, como a educação de dieta ou analgésicos, e só tendem a piorar com o tempo”, pontua.

Esses são indicativos de que o que há de errado não é só uma infecção alimentar ou virose. Nesse caso, a indicação é procurar um médico gastroenterologista. Outro ponto de atenção é a idade, dado que a faixa entre os 20 e 40 anos representam 60% dos casos.

A doença, se não controlada, tende a períodos cíclicos de crise e melhora (Foto: Freepik)

Tratamento

Uma vez feito o diagnóstico, o cuidado começa. O professor explica que a doença, se não controlada, tende a períodos cíclicos de crise e melhora. Esse quadro, além de desconfortável, “tem maior chance de complicações irreversíveis, que às vezes precisam até de um tratamento cirúrgico”.

Mas o acompanhamento médico pode evitar isso. “A função do tratamento é entrar no que a gente chama de remissão, que é o bom controle da doença para o paciente não ter esses sintomas da crise”, aponta Souza Carlos.

Ainda conforme o médico, um dos desafios para uma boa eficiência do tratamento pode ser o atraso dos pacientes em buscar um médico. “Às vezes, o próprio paciente tenta primeiro modificar a dieta: retirar a lactose, o glúten, tomar medicamento, chá; enfim, isso vai postergando o diagnóstico”, conclui.

Nesse caso, o relevante é reforçar que os sintomas da doença inflamatória intestinal são crônicos e costumam persistir para além do normal.

Com informações do Jornal da USP

*Este conteúdo está alinhado ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), ODS 03 – Saúde e Bem-Estar

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