(Foto: Rosiron Rodrigues) 

Uma grande conquista tem que ter um quê de impossível, uma dificuldade que angustia, tem que ter sofrimento e sacrifício. Assim foi o acesso do Goiás para a Série A do Campeonato brasileiro.

O time esmeraldino começou mal a competição. Figurou na zona de rebaixamento em muitas rodadas. O melhor treinador da história do clube, para muitos torcedores alviverdes, Hélio dos Anjos, não conseguiu fazer o time “pegar”. Foi substituído por Ney Franco que trouxe a esperança. Apesar do início difícil, derrota de 3 a 0 para o Fortaleza, foi a salvação da lavoura. Venceu a desconfiança. Recuperou atletas que estavam praticamente descartados. Lançou mão do ousado esquema de jogo 4-3-3. A primeira vitória só veio na oitava rodada, 3 a 1 sobre o Atlético. A equipe deu “liga”. O rendimento aumentou substancialmente. O aproveitamento ultrapassou a incrível marca dos 80 por cento. Alguns jogadores ganharam destaque, entre eles Michael, David Duarte, Giovanni e Lucão que tornou-se artilheiro do campeonato até a penúltima rodada.

A torcida esmeraldina foi um espetáculo a parte. Abraçou o time como nos velhos tempos. O Olímpico, nova casa do Verdão, ficou pequeno. O marketing do clube deu show de criatividade. Várias ações foram desenvolvidas com muito sucesso.

A diretoria unida deu todo o suporte. O Goiás continuou um porto seguro, com os pagamentos em dia. A premiação para o acesso foi de fazer inveja nos concorrentes. Em um time forte também cabe reforço. O empresário e executivo de futebol, José Carlos Brunoro chegou na hora. Trouxe experiência e inovações na relação com os jogadores, membros da comissão técnica e funcionários do clube.

Na reta final quando tudo parecia “dominado”, a tranquilidade de um voo de cruzeiro foi interrompida por uma turbulência. O time perdeu o rendimento. A desconfiança tomou conta. Surgiram as teorias da conspiração. Em Goiás, o jeito mais fácil de explicar a crise técnica de uma equipe é sempre o suposto descontamento dos atletas com a premiação. O presidente Marcelo Almeida se revoltou com o assunto. Matou sufocou o boato imediatamente.

A sorte é aliada da competência. Disso ninguém duvida. Como o Goiás foi muito competente a partir da 8ª até a 30ª rodada, foi bafejado com a sorte nesta reta final. Os concorrentes também perderam rendimento. O que parecia impossível se materializou. Beneficiado pela derrota do Londrina para o CRB por 2 a 1, na última sexta-feira, 16/11 e pelo empate do Vila Nova em 2 a 2 com o Criciúma, sábado 17/11,o Goiás conseguiu o quarto acesso da história para a Série A com a brilhante vitória de 3 a 1 sobre o Oeste, em Barueri.

O grande campeão do Centro-oeste voltou com todos os méritos. Merece nossos aplausos. E Sábado é dia de festa no Serra Dourada. É impossível ficar fora dela. Além do vice-campeonato com uma vitória sobre o Brasil de Pelotas, a festa tem um toque especial de solidariedade. Palmas para a diretoria e para toda a Nação Esmeraldina!