Um evento realizado na Câmara dos Deputados, em Brasília, na quarta-feira(26), reuniu parlamentares para discutir caminhos para uma transição energética justa no Nordeste. Na ocasião, o deputado Pedro Campos (PSB-PE), vice-presidente da Frente do Nordeste, destacou que a região tem um papel importante na transição energética no país.

“O Nordeste tem um papel fundamental na transição energética justa e inclusiva. Não só pelo potencial de energia renovável que temos mas pela importância de discutir que esse potencial seja aproveitado, respeitando os nossos ecossistemas e a população que ali vive. Que a gente possa incluir essas pessoas no desenvolvimento através da energia renovável”, disse.

Campos ressaltou a importância de transformar o potencial do Nordeste na geração de energia renovável. A região é um dos locais brasileiros com grandes possibilidades de gerar energia a partir do Sol e do vento e, desta forma, poderia ser uma “locomotiva para o desenvolvimento socialmente justo e sustentável”. 

O evento

O evento foi promovido pela Frente Parlamentar em Defesa do Nordeste, que conta com deputados federais e senadores da região, em parceria com a Frente Parlamentar Mista Ambientalista e o projeto Nordeste Potência. Ademais, participaram também representantes do governo federal, especialistas e representantes de movimentos sociais.

O deputado Nilto Tatto (PT-SP), coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, afirmou que o problema da desigualdade não será resolvido se a agenda ambiental não for colocada no centro da questão.

“Não iremos resolver os desafios da agenda ambiental e da transição energética se a gente não colocar na centralidade o enfrentamento das mazelas do próprio sistema. Pois essa desigualdade tem na sua essência o racismo, o machismo e o preconceito”, afirmou.

Já o Nordeste Potência, organização da sociedade civil, avaliou que o setor de energias renováveis poderia abrir cerca de 2 milhões de empregos nos próximos cinco anos na região.

Integração

Cristina Amorim, coordenadora do Nordeste Potência, lembrou que descarbonizar a economia é parte da agenda mundial para o século 21. Assim, a coordenadora da organização acredita que o Nordeste pode dar ao Brasil a oportunidade de alcançar esse objetivo. Além disso, Amorim pontuou que o país ser referência para o resto do mundo.

“O Brasil pode ser um exemplo para o mundo na questão da transição energética justa, com geração de energia, criação de oportunidades. E também com respeito às comunidades rurais e populações tradicionais e desenvolvimento regional”, pontuou.

Desta forma, parlamentares e coordenadores de organizações planejam o desenvolvimento do setor no Nordeste. Porém, ao mesmo tempo,  já observam uma integração da região com a distribuição de energia renovável com o país inteiro. O ponto, por exemplo, foi muito ressaltado por Thiago Barral, secretário de Planejamento e Transição Energética do Ministério de Minas e Energia.

“Com as redes de transmissão e o nosso planejamento, estimamos que se possa ampliar em até 70% a capacidade de integrar a geração renovável. Com isso, teremos energia segura e limpa para todo o crescimento da região Nordeste e do Brasil”, destacou o gestor. Ele frisou então que a região pode ser muito importante na integração de projetos de geração renovável com as redes de transmissão e o planejamento energético do país.

Desenvolvimento

O evento também abordou o modelo de desenvolvimento e escolhas tecnológicas. Entre outros assuntos, temas como inclusão social, indústrias de energias renováveis e produtos de baixo carbono também aparecerem nas falas. Então, Giles Azevedo, subsecretário de Programas do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste, afirmou no evento que “o desenvolvimento do Brasil no século 21 passa pelo Nordeste”.

*Texto com informações do portal Notícia Sustentável

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