823 mil pessoas necessitam de ajuda na Líbia. Metade são líbios e a outra metade são requerentes de asilo, migrantes e refugiados (Acnur/Noor Elshin)

A secretária-geral assistente da ONU para os Assuntos Humanitários, Ursula Mueller, apelou à comunidade internacional que reforce o financiamento para assistência humanitária na Líbia.  

A representante terminou esta quinta-feira a visita ao país que vive um conflito iniciado em 2011. Em declarações feitas a partir de Trípoli, Mueller explicou à ONU News a atual situação e o objetivo da sua missão na Líbia.

Necessidades

Mueller explicou que sete anos depois do inicio do conflito, a Líbia enfrenta uma complexa crise humanitária, de desenvolvimento e de proteção.

O objetivo da visita foi reiterar o compromisso da ONU com o povo líbio e avaliar, em primeira mão, as necessidades humanitárias e as oportunidades de trabalho entre agências e atores de desenvolvimento para apoiar a fase de transição.

A representante relata o que viu num campo de deslocados onde milhares de pessoas vivem em condições degradantes. Segundo ela, a maioria não pode regressar às suas cidades porque as casas continuam destruídas e ainda há muitas minas terrestres.

Carências

A representante reconhece o aspeto positivo das crianças terem acesso à escola, mas diz que há uma grave falta de recursos, sobretudo na área da saúde.

As autoridades não conseguem dar resposta às necessidades, por isso, são cada vez mais os que necessitam de ajuda. Mueller explicou que as Nações Unidas coordenaram um plano de resposta humanitária para 2019 envolvendo 823 mil pessoas que necessitam de ajuda e proteção. Metade é formada por líbios e a outra metade são requerentes de asilo, migrantes e refugiados.

Para a representante, estes dados mostram o espetro do desafio que o governo líbio e as autoridades não conseguem responder. A situação é agravada pela escassez de recursos e a governação fraca.

A secretária-geral assistente estima que sejam necessários US$ 200 para conseguir dar resposta às necessidades básicas. Segundo ela, no ano passado foi financiado apenas um quarto do que era necessário.