A Delegacia do Consumidor (Decon), em parceria com o setor de fiscalização da Celg e a Polícia Técnico-Científica, realizou operação de repressão a furto de energia em grandes consumidores como indústrias, supermercados e postos de combustíveis em Goiânia, Aparecida e Anápolis.

Ao todo foram autuadas 11 unidades consumidoras e cumpridos seis mandados de busca e apreensão, além da instauração de 11 inquéritos. O adjunto da Decon, Frederico Maciel, destaca como a polícia descobriu a fraude.

“A Celg possui uma central de telemetria que detectou que em alguns estabelecimentos de Goiânia, Aparecida e Anápolis estava havendo um consumo, de certa forma, anormal, um indício de manipulação do consumo nestas unidades. Durante a investigação, detectamos os locais onde havia possível furto de energia. Neste locais, encontramos dispositivos instalados que tinham como função diminuir o consumo”, afirma.

Nos locais averiguados nos três dias de operação, foram encontrados equipamentos escondidos dentro das paredes dos estabelecimentos, que fraudavam os medidores de energia para que gerassem um valor inferior ao final do mês na conta de energia. Para o superintendente de Comercialização da Celg, quem acaba pagando a conta do “gato” é a população.

“A conta é um prejuízo da distribuidora e da população. Ninguém sai ganhando com isso. Até o próprio fraudador, que teve o seu ‘lucro’, em 11 grandes empresas autuadas e vão ter que pagar por todo o período de energia não faturada, e o prejuízo é rateado entre a população”, explica Leandro Chaves Melo.

Ainda segundo superintendente, as empresas conseguiam fraudar cerca de 70% da energia consumida. O gerente de departamento de gestão de perdas comerciais da Celg explica como funcionava o dispositivo fraudulento.

“O dispositivo foi realizado por um profissional especializado e consistia em desviar de 50% a 70% da energia que era fornecida a estes consumidores. Antes do sinal chegar até o medidor, ele tinha um dispositivo para mascarar parte disso. Se a equipe da Celg fosse até o local, um sensor que desativava automaticamente. Então todos os testes eram feitos sem que o dispositivo fosse percebido”, argumenta.

Os investigadores estimam que o prejuízo causado pelo “gato” chegue a cerca de R$ 35 milhões.

Com informações do repórter Jerônimo Junio