O deputado estadual Talles Barreto (PTB) foi citado pelos investigados da Operação Tarja Preta, deflagrada pelo Ministério Público, como “parceiro”, que, supostamente, ajudaria na ligação entre a organização criminosa e as prefeituras.
Segundo informações do MP, o ex-chefe de gabinete do deputado, Walber Miranda de Castro, também conhecido como Baiano, mantinha relações diretas com a organização. Walber ocupa um cargo na Junta Comercial do Estado de Goiás (Juceg) por indicação do deputado petebista. Depois da sessão desta terça-feira (22), na Assembleia, o deputado afirmou que ainda se recupera de uma cirurgia e preferiu não conceder entrevista sobre o caso.
Já a oposição questiona se Talles tem alguma relação com o esquema desbaratado pela operação do Ministério Público. O deputado Paulo Cesar Martins (PMDB) usou a tribuna para cobrar explicações. “Eu não fiz nenhuma suposição. O que se coloca é que ele está em várias falas da fita. O que induz é que várias pessoas com o nome da família dele está no processo,” cita.
O deputado petista cita que Talles fez um julgamento errado sobre o PMDB, e que agora o partido, ao contrário dele, dará oportunidade do parlamentar responder sobre a suspeita de envolvimento no esquema fraudulento.
Já o presidente da Assembleia, Helder Valim (PSDB), prefere adotar discurso cauteloso quanto ao possível envolvimento de Talles Barreto. “Não cabe a mim achar nada. Existe uma investigação em andamento. Após o inquérito ser enviado ao poder judiciário, nós saberemos se as pessoas citadas tem algum envolvimento,” esquiva.
O deputado Talles Barreto conversou com a reportagem, mas preferiu não gravar entrevista. Ele afirmou que não deve usar a tribuna para dar explicações, já que, segundo ele, não tem qualquer envolvimento formal feito pelo Ministério Público com o objeto da Operação Tarja Preta.