O servente de pedreiro Alex Lima Soares no banco dos réus durante julgamento (Foto: TJ-GO/Divulgação)

O servente de pedreiro Alex Lima Soares foi condenado nesta terça-feira (12), a 32 anos de prisão por ter matado e torturado a enteada de apenas um ano e nove meses. O júri foi presidido pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 3ª Vara dos Crimes Dolosos Contra a Vida e Tribunal do Júri da comarca de Goiânia e realizado no Fórum Cível Heitor Moraes Fleury, no Park Lozandes, em Goiânia.

O Conselho de Sentença refutou a tese redutora de uma pena predita para homicídio privilegiado e reconheceu que o crime foi praticado por motivo fútil, com uso de meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima. Além disso, eles reconheceram que o crime foi praticado contra menor de 14 anos e criança.

“A conduta social é preocupante vez pelas provas colacionadas aos autos, demonstra ser pessoa extremamente agressiva, violenta, não poupando nem a ingenuidade de infante… Que as circunstâncias do crime lhe prejudicam, haja vista que o réu cometeu o delito no interior da residência da vítima, dificultando sua defesa, posto que aproveitou a ausência da mãe da menina para ceifar a vida dela, pessoa de pouca idade, ingênua e indefesa”, destacou.

Com relação ao crime de tortura, as mesmas circunstâncias judiciais já analisadas no crime de homicídio também praticado em desfavor de Nicole (vítima), evidenciando que a culpabilidade é a própria do tipo penal. “Os motivos lhe prejudicam, posto que restou indicado que de forma penal corriqueira e por motivos banais o acusado praticava suas atrocidades contra a criança”, frisou.

Interrogatório 

Durante o interrogatório, Alex Lima Soares negou que tenha matado Nicole. Ele diz não saber o que estão o acusando e que confessou na delegacia que teria matado a bebê porque foi obrigado. Ao ser questionado sobre a mãe da criança, ele disse que perdeu o contato com ela e não sabe onde ela está. “Pelo o que eu fiquei sabendo, ela está com a outra filha”, salientou.

Ele negou que tenha usado drogas no dia do crime. “Eu já usei drogas, mas no dia eu não usei e nem bebi”, afirmou. Ao Ministério Público, o réu disse que não batia na criança e que uma “marca” que foi encontrada na cabeça da criança era de nascença. “Ela nasceu com aquela marca”.

Crime

Consta dos autos que, no dia 23 de janeiro de 2016, por volta das 21 horas, na residência do casal, localizada na Vila Redenção, Alex Soares matou sua enteada depois de bater na cabeça da criança, aplicar golpes violentos em seu abdômen e arremessá-la sobre a cama.

Segundo a denúncia, durante oito meses antes da morte de Nicole, a criança já vinha sendo vítima de agressões pelo padrasto. Ele se aproveitava da ausência de Rosângela, que saía para trabalhar deixando a menina sob os seus cuidados, momento em que ele constantemente agredia a menor, “infringindo intenso sofrimento físico e mental por meio de socos, cotoveladas e tapas, chegando a quebrar a perna e a queimar a criança, como forma de aplicar à infante castigo pessoal”.