O clássico Goiás x Vila Nova, que ganhará mais um capítulo na tarde deste sábado, move paixões, altera o humor do torcedor com imensa facilidade e alimenta uma rivalidade cada vez maior entre esmeraldinos e colorados. Mas, e quando essas sensações começam no âmbito familiar, dentro da própria casa? Não é tão raro encontrar casais que torcem para times rivais, irmãos e até pai e filho.

Um desses exemplos, que mexe com o clássico dessa tarde no Serra Dourada, é do engenheiro civil Luciano Xavier Magalhães Brasil, de 50 anos e que mora a 21 em Goiânia, e de seu filho João Victor Costa Brasil, de 15 anos. O pai é vilanovense, de grandes memórias, mas o filho é esmeraldino, joga nas escolinhas do Goiás desde os cinco anos e não esconde a paixão pelo alviverde. João Victor revela que o pai até queria que ele fosse colorado, mas em 2001, acordou com uma camisa do Goiás de presente, número 7. E curiosamente, dada pelo pai.

“O clima nos dias de clássico é tranquilo entre a gente, apenas uma provocação amistosa, algo normal. Ele sempre vai ao estádio comigo, nos jogos do Vila, e eu também acompanho ele aos jogos do Goiás. Fui com ele no do Goiás contra a Portuguesa e ele foi comigo no contra o Icasa, curiosamente duas derrotas. Hoje ele fica quieto, mas já chegou a torcer pelo Vila sim”, brinca Luciano com o filho João Victor.

As lembranças, positivas e negativas, são as mais diversas entre os dois. O pai lembra que o melhor clássico que acompanhou no Serra Dourada foi a histórica virada de 1999, nos 5 a 3 do Vila para cima do rival. O garoto não se esquece da goleada histórica esmeraldina por 6 a 1 em 2009, mas também revela que a maior lembrança é da derrota no Goianão em 2005, na decisão, quando nos pênaltis, apenas Rodrigo Tabata acertou do lado esmeraldino. Derrota que arrancou lágrimas de João Victor.

Eles lamentam que estarão ocupados na tarde deste sábado (o pai tem aula e o filho tem prova no colégio), mas mesmo que estivessem livres, destacam que pensariam duas vezes antes de acompanhar o clássico no Serra. A briga entre torcidas e a rivalidade extrema fizeram Luciano parar de ir ao clássico desde 2003. Para o engenheiro civil, essa é a única parte triste do confronto.

“É um absurdo você deixar de ir ao estádio, a um jogo assim, por medo da violência entre as torcidas. Eu ia a todos os jogos, mas parei de ir em 2003, quando houve aquela briga lamentável da torcida. Acho que deveria ter um acompanhamento maior da policia, tentar um cadastramento da torcida organizada para amenizar essa situação”, destaca Luciano.Foto0238

Ambos não vão acompanhar todo o clássico pelos compromissos já marcados, mas nem por isso deixam de arriscar um palpite. Com o momento embalado na Série B, com quatro vitórias seguidas, João Victor acredita em um show esmeraldino, com uma goleada por 4 a 1. Já Luciano pensa que será um jogo sofrido, mas que o Vila vai se crescer contra o maior rival, com uma vitória por 2 a 1.