A Diretoria de Acessibilidade (DAC) da Secretaria de Inclusão da Universidade Federal de Goiás (SIN/UFG) organizou recentemente seu Planejamento Pedagógico para o período 2024/1, incluindo atividades abertas à comunidade. Entre elas, destacou-se a palestra intitulada “Desconstruindo Barreiras: Educação Inclusiva”, ministrada pela psicóloga Andréia Alves de Castro, membro da equipe DAC.

Durante o evento, foram abordadas as barreiras atitudinais enfrentadas por pessoas com deficiência, originadas do preconceito, com ênfase na infantilização e na restrição de oportunidades profissionais e acadêmicas como obstáculos à integração plena na sociedade. A palestrante ilustrou como esses indivíduos são frequentemente subestimados e marginalizados, subjugados às normas sociais capitalistas de produtividade, o que compromete significativamente sua qualidade de vida e participação na comunidade.

“Os primeiros exames sobre deficiência eram basicamente uma visão caritativa, ou seja, as pessoas com deficiência eram vistas como dignas de dó, dignas de doações, vistos pela religião com pessoas castigadas por Deus”, citou Andréia.

Tira de Ricardo Ferraz ironiza visão capacitista da sociedade com as pessoas com deficiência

Modelo biomédico

O modelo biomédico, mais prevalente na atualidade, desloca a deficiência dessa visão mais familiar para uma perspectiva médica. No entanto, seu foco é classificar o indivíduo em uma tipologia entre desvio e norma. A partir dessa diferenciação, a ciência busca um “tratamento” ou um processo de adaptação, muitas vezes invasivo, com o objetivo de “corrigir” a pessoa para que ela se encaixe na sociedade.

Andréia ressaltou que esses dois modelos são os que mais contribuem para o pensamento capacitista. Esse preconceito se manifesta em atitudes e discursos que colocam as pessoas com deficiência em posições subalternas ou de exclusão, focando a análise somente no indivíduo.

Além disso, o processo histórico de segregação às vezes é tratado como se fosse uma situação isolada, ignorando a construção de pensamento e sujeitos através da história da família, da educação familiar e de questões que permeiam a história da humanidade.

A palestrante ressaltou a necessidade de reconhecer e valorizar as capacidades das pessoas com deficiência, evitando associar sua condição a características negativas. Além disso, enfatizou o papel da sociedade em tornar-se mais acessível e inclusiva, garantindo os direitos, a autonomia e a plena participação dos estudantes com deficiência.

*Com informações do Jornal da UFG

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 10 – Redução das desigualdades

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