Na presença do proprietário, Caiado e agente da Semad abrem comporta de reservatório privado. Liberação em cada um deverá ser de 30% (Foto: Lucas Diener)

Como tentativa de amenizar a crise hídrica e aumentar a vazão do Rio Meia Ponte a montante da captação da Saneago, o governador Ronaldo Caiado e equipe da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) foram até propriedades privadas na manhã desta quinta-feira (12) solicitar a produtores rurais que abram as comportas de seus reservatórios particulares que possuam acima de 2 hectares de extensão. 

De acordo com a titular da Semad, Andrea Vulcanis, 30% da água de cada um dos 70 barramentos mapeados deverão ser liberados. “Nós estamos verificando aquelas que têm mais facilidade nesse primeiro momento, as que têm a vazão de fundo, porque facilita bastante, a água já cai direto no rio, e a ideia é um revezamento desses 70 barramentos. Libera os 30% e volta no ciclo até que a chuva chegue a gente acredita que consegue manter uma vazão adequada para que haja uma captação da Saneago no limite que ela já estava captando”, esclarece. 

A medida foi tomada depois que o Meia Ponte apresentou nova queda na vazão para 1.481 litros por segundo, representando o nível crítico 4, o último da deliberação do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Meia Ponte.  A anterior foi de 1,762 l/s, registrada na tarde desta quarta-feira (11). Ainda segundo a secretária, será intensificada a fiscalização no período noturno, quando a irrigação está permitida em no máximo duas horas. 

Além da abertura das comportas de reservatórios privados, o governador Ronaldo Caiado fez outro apelo aos produtores rurais para que façam a irrigação apenas à noite durante, no máximo, duas horas. “Que não façam isso mais. Nós chegamos em um quadro crítico e, como tal, mesmo aqueles que tem outorga, vamos deixar com que apenas haja um funcionamento de no máximo duas horas durante a noite e não a noite toda”, reforça. 

Andrea Vulcanis afirma que o momento é de desperdício zero. “Estamos no limite máximo de restrição. A água disponível é mínima, mesmo que a gente faça a abertura”, pontua.